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A exportação brasileira de soja segue concentrada no Porto de Paranaguá (PR) nesses primeiros meses de 2014. A quantidade de navios que está ao largo do corredor de exportação paranaense supera inclusive o número de embarcações na mesma situação em Santos (SP), por onde sai maior parte da safra da oleaginosa no Brasil.

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Até o fim da manhã desta quinta-feira (20), 38 navios estavam no litoral paranaense e outros dois estão programados para chegar até sábado. O próximo cargueiro a atracar no corredor de exportação “estacionou” na região no dia 11 de janeiro, ou seja, há 68 dias, conforme monitoramento da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), divulgado no site da entidade. Somente pelo porto paranaense passaram cerca de 2 milhões de toneladas de soja em grão, óleo e farelo no primeiro bimestre deste ano. O volume é superior aos 1,3 milhão de toneladas escoadas pelos terminais paulistas. Os dados são da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Em Santos (SP), são 20 transportadores marítimos aguardando autorização para carregar soja e outros três devem chegar ao litoral paulista até sexta-feira (21). O navio de bandeira chinesa Shi Dai 11 chegou à região no dia 6 de fevereiro e é o que está há mais tempo ocioso - 42 dias -, conforme o sistema de acompanhamento da Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

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A Anec explica que a preferência pelo porto paranaense pode estar relacionada ao atraso registrado nos embarques de soja no ano passado. “Em 2013, 50% das exportações brasileiras de milho se concentraram em Santos (SP). Os importadores temiam que houvesse novamente essa aglomeração de embarques neste ano e migraram para Paranaguá”, afirma o presidente da entidade Sérgio Mendes.

Soja em alta

Os problemas da logística brasileira têm contribuído para a valorização da soja no mercado internacional, conforme os analistas. Somente nesta semana, o principal contrato da commodity negociado na Bolsa de Chicago (EUA) e que é referente à safra sul-americana, subiu mais de 3%, sendo cotado a mais de US$ 14,30 por bushel (o equivalente a mais de US$ 30 por saca).

“Por um lado, temos os estoques americanos apertados. De outro, a dificuldade da soja, especialmente a brasileira, de chegar ao mercado internacional. Além das filas [de navios] nos portos houve atraso na colheita devido aos problemas climáticos do início do ano em Mato Grosso e no Paraná”, explica o analista da consultoria Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

O aperto nos estoques norte-americanos da soja ocorre justamente pelo fato de os importadores ainda não terem migrado para a América do Sul, onde está concentrada a oferta do produto atualmente.

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Ao todo, o Brasil exportou 4,33 milhões de toneladas em janeiro e fevereiro, volume 88% superior ao registrado nesse mesmo período do ano passado.

Fila expressa

A Administração dos portos paranaenses diz não ter informações sobre o número de navios que aderiram a “via expressa”, que dá preferência de carregamento aos transportadores com no máximo três paradas programadas no Corredor de Exportação. A regra é uma das principais apostas de Paranaguá para agilizar os embarques de soja neste ano. Em fevereiro, a entidade informou à Gazeta do Povo que apenas uma embarcação havia aderido ao serviço, 40 dias após a norma entrar em vigor.