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Ministra exalta ampliação da produção no Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia. | Foto: Valter Campanato/abr
Ministra exalta ampliação da produção no Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.| Foto: Foto: Valter Campanato/abr

O governo federal lançou nesta terça-feira (13) o Plano de Escoamento da Safra 2014/15, com ações integradas dos ministérios da Agricultura, Portos e Transportes. O plano admite maior participação dos portos do Norte e prevê ações das três pastas para o envio ao exterior de parte das 202 milhões de toneladas de grãos produzidas no país.

Entre as ações anunciadas pelos ministros da Secretaria de Portos, Edinho Araújo, da Agricultura, Kátia Abreu, e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, está a utilização de 426 embarcações nas hidrovias Madeira e Tapajós.As barcaças formam o sistema de transporte do chamado Arco Norte, corredor logístico que o governo e a iniciativa privada criam na região e que promete diminuir a pressão nos portos de Santos e Paranaguá.

O plano prevê, ainda, melhorias na BR-163, cujo trecho entre o Mato Grosso e o Pará foi reformulado. A rodovia é parte do Arco Norte, ao lado das hidrovias.

O escoamento da safra também será feito com a otimização dos agendamentos no Porto de Santos. "Essa iniciativa lançada no ano passado deu resultados positivos", disse o ministro Edinho.

Produção

A ministra Kátia Abreu destacou o ritmo de crescimento da produção de grãos na região formada pelos estados de Maranhão, Piauí, Tocantins, Piauí e Oeste da Bahia (Matopiba), classificada por ela como "última fronteira agrícola do mundo", como responsável pela alta de 5% esperada para a safra de grãos 2014/15.

Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento dizem que 25% da ampliação prevista para a safra de soja, que cresce 9 milhões e chega a 9 milhões de toneladas, devem-se à recuperação do Paraná, que enfrentou seca em 2013/14.

O Matopiba também teve seca no ano passado. E também espera recuperar produtividade, num volume menor que o do Paraná.

A ministra destacou a expansão das lavouras do Matopiba nas últimas décadas. "Esse sim foi o crescimento exorbitante no Brasil, com mais de 60% de aumento na produção e, o mais importante, sem desmatamento", disse, ressaltando o aumento da produção do campo a partir da década de 1970.

A estimativa é de que, em 2015, o volume do complexo da soja, principal item da pauta de exportação do agronegócio, será 6,2% maior do que no ano passado, alcançando 64,2 milhões de toneladas de soja e farelo. "Nós estamos trabalhando em conjunto e os Ministérios de Transportes e Portos já conhecem os volumes (produzidos) e poderão organizar o escoamento dos portos e as vias", disse Kátia Abreu.

Custos

O Plano de Escoamento deve reduzir custos, segundo a ministra, com tempo de espera até 70% menor. Ela afirmou que não existem números consolidados pelos ministérios da Agricultura, dos Portos e dos Transportes para perdas com produtos parados nos portos. "São alguns milhões em perdas", considerou.

Segundo a ministra, hidrovia é uma prioridade para o governo. "Presidente Dilma disse que se reeleita daria prioridade para hidrovias", afirmou. Em seguida, para dar dimensão da capacidade de escoamento pelos rios brasileiros, ela classificou os rios Tocantins, Madeira e Tapajós de os três Mississippis do Brasil, em referência ao segundo maior rio em extensão dos Estados Unidos.

A ministra ainda afirmou que não há preocupação com os preços das commodities. Na visão dela, a queda tem sido compensada pela alta do dólar, caso da soja. No entanto, ela admitiu que o momento não é favorável para ampliar a produção. "Não é o momento de nós incentivarmos com muito otimismo os produtores, porque melhor que seja indústria a céu aberto requer preocupação", disse.

Soja

A ministra evitou afirmar se haverá suporte do governo federal para o escoamento da safra de soja de Mato Grosso, onde o custo do frete rodoviário já está 25% acima do ano passado. "De toda a última safra houve uma intervenção do governo em 10% de qualquer sorte, seja para garantir o preço mínimo ou atender frete para cobrir esses estados que estão longe dos portos", recordou.

Ela disse que Mato Grosso representa "10% soja do mundo". "É um estado que merece nossa atenção", afirmou.

Apesar da consideração demonstrada pela ministra, ela indicou que o momento de ajuste fiscal promovido pelo Ministério da Fazenda nas contas públicas não permite o comprometimento com subsídios para o escoamento da soja mato-grossense.

Kátia aproveitou para enviar uma mensagem para o titular da Fazenda, Joaquim Levy, de que trabalha junto com ele. "Apesar de todo o equilíbrio fiscal que estamos trabalhando, não é a Fazenda contra nós todos. Somos todos com a Fazenda", disse. Ela voltou a afirmar que o produtor deve olhar para o mercado e não para Levy. "Se tivermos mercado, teremos um Levy com a mão mais aberta", argumentou.

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