Para 83,3% das operadoras do Porto de Paranaguá - empresas como Cargill, Bunge e Coamo – o porto paranaense é o melhor do Brasil, à frente, inclusive, de concorrentes de peso, como o porto de Santos (o melhor para 8,33% dos entrevistados) e terminais da Holanda (também com 8,3% da preferência). A avaliação é resultado de uma pesquisa encomendada pela Assembleia Legislativa do Paraná, que, em 20 dias, entrevistou cerca de 800 pessoas, envolvidas direta ou indiretamente com o porto, como exportadores, caminhoneiros, diretores de sindicatos e a própria população de Paranaguá. Os números foram apresentados nesta terça-feira (20), durante uma audiência pública na própria Assembleia.
No geral, segundo o diretor do Instituto de Pesquisas Opinião, responsável pelo levantamento, Arilton Freres, a avaliação foi bastante satisfatória. Das cerca de 60 perguntas do questionário a respeito da infraestrutura portuária e da percepção do porto como um agente de desenvolvimento para a cidade, a maioria identificou o desempenho de Paranaguá como bom ou ótimo. “Quem vive o dia a dia do porto tem uma avaliação muito positiva e a população tem muito orgulho dele”, afirma.
“Vejo a pesquisa como a formalização de uma opinião que hoje está dispersa no meio empresarial, um consenso de que houve melhora em todos os sentidos”, avalia o engenheiro agrônomo da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), uma das entidades que participou do estudo. “O porto tem sido capaz de atender de maneira satisfatória os usuários, os moradores reconhecem o porto como fundamental para a sociedade, gerando renda, desenvolvimento, atraindo novas empresas. O saldo geral é muito positivo”, complementa o deputado estadual Tião Medeiros, à frente da Comissão de Obras Públicas, Transporte e Comunicação da Assembleia, que solicitou o levantamento.
Outro lado
Se do lado de dentro do porto a avaliação foi bastante positiva, do lado de fora uma questão, em especial, preocupa: a violência. De 0 a 5, a segurança nas vias de acesso à Paranaguá ganhou nota 0,84. “É uma nota muito ruim. É um problema que não afeta diretamente o porto, e fica o vácuo de quem é que resolve. A pesquisa provoca um problema para o estado encontrar alguma forma de resolver”, salienta Freres.
“O roubo aos caminhões é a principal reclamação. É um trabalho em conjunto que precisa ser feito com a secretaria estadual de segurança, a guarda municipal, as concessionárias”, acrescenta Tião Medeiros.
Satisfeito com o resultado, o diretor-presidente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique Dividino, diz que, com a pesquisa em mãos, a administração pretende focar em soluções para a segurança, junto ao poder público, além de estreitar os laços com a comunidade. “A lição agora é corrigir ações e definir novas metas. Temos o programa do porto-escola em andamento, precisamos melhorar e ampliar. Para nós, é uma boa crítica”, afirma.