O Paraná articula estratégias para evitar que a safra de grãos fique estocada a céu aberto ou estacionada em filas de caminhões para descarga. Investimentos em armazenagem e ajustes na operação do Porto de Paranaguá tentam dinamizar o fluxo dos grãos, mostraram os debates da segunda etapa do Ciclo de Palestras Informação e Análise do Agronegócio, realizada ontem em Cascavel pela Gazeta do Povo.
O técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Eugênio Stefanelo, deixou clara a necessidade de ampliar a capacidade de armazenagem da produção brasileira. Considerando o potencial de expansão da safra, ele avalia que o déficit dos armazéns pode chegar a 136 milhões de toneladas em uma década. Com investimento em armazenagem por cooperativas e grupos de produtores, serão melhor escalonados o escoamento da colheita de verão e a própria comercialização, apontou.
Para agilizar a outra ponta do fluxo do escoamento de grãos de exportação, o Porto de Paranaguá está agilizando a passagem dos caminhões pelo sistema de descarga, detalhou Lourenço Fregonese, diretor Empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Ele destacou investimentos que estão sendo realizados em estruturas como balanças, shiploaders e tombadores, que agilizam a descarga dos caminhões e o embarque dos navios.
Outra iniciativa destacada por Fregonese é a adoção da classificação antecipada. Cargas que passariam por avaliação em Paranaguá antes do desembarque agora são inspecionadas em Guarapuava, nos armazéns da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar). Ao chegar em Paranaguá, os caminhões são direcionados a um pátio alternativo. “Com isso esperamos reduzir o tempo de espera de 8 horas para 6 horas”, aponta. Hoje a operação antecipada está concentrada em cargas que vêm de Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado, mas existem planos para ampliar o serviço a outras regiões.
A implementação dessas práticas ganha importância num momento em que o país assume potencial para produzir 200 milhões de toneladas de grão, mostrou Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo. Ele apresentou a previsão da Expedição Safra Gazeta do Povo, que está em campo para confirmar o potencial de expansão.
Os agricultores e lideranças do Oeste – região do Paraná que mais gasta com transporte – questionaram os palestrantes sobre as medidas que tentam contornar os gargalos logísticos. Mais três etapas do Ciclo de Palestras vão dar andamento às discussões, em Londrina e Maringá, dia 2 de dezembro, e em Curitiba, dia 12.
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