A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (9) uma série de obras e licitações que vão dar início a segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), que, além de abrir uma nova rodada de concessões, facilitará investimentos não previstos em contratos antigos com concessionárias. Uma parcela significativa dos projetos contempla vias importantes de escoamento do agronegócio brasileiro nas frentes rodoviária, ferroviária e portuária.
Rodovias
No quesito rodovias, a produção de grãos do Centro-Norte do país foi a principal beneficiada. O destaque fica por conta da licitação da BR-163 no trecho de 976 quilômetros entre Sinop (Médio-Norte de MT) e Itaituba (PA). O governo projeta investimentos de R$ 6,6 bilhões no trecho, e visa facilitar o escoamento de soja e milho pelos portos do Arco-Norte. Brasília espera leiloar o trecho ainda neste ano.
Ainda no trecho mato-grossense haverá a licitação dos 704 quilômetros que ligam Rondonópolis (MT) a Goiânia (GO) passando pelas BRs 364 e 060. Os investimentos podem somar R$ 4,1 bilhões e visam melhorar a estrutura de escoamento da produção do Centro-Oeste para portos dos Arcos Norte e Sul.
Na mesma região o PIL também contemplou a BR-364, nos estados de Goiás e Minas Gerais. São 439 quilômetros entre Jataí e o entroncamento com a BR-154. Os investimentos estimados totalizam R$ 3,1 bilhões e visam melhorar a conexão entre os polos produtores de grãos do Sul de Goiás ao Triângulo Mineiro.
No caso da região Sul o principal destaque é a rodovia do frango, que contempla as BRs 476, 153, 282 e 480. São 460 quilômetros entre as cidades de Lapa (PR) e Chapecó (Oeste de SC). Os investimentos de até R$ 4,5 bilhões pretendem impulsionar o escoamento da produção de grãos, aves e suínos pelos portos do Arco Sul. Este trecho também deve ser leiloado ainda em 2015.
Ferrovias
A grande novidade no aspecto ferroviário é o leilão de novos lotes da Ferrovia Norte-Sul. Ao todo serão quatro trechos, dos quais o principal contempla a estrutura já construída entre Palmas (TO) e Anápolis (GO). Também está programada a construção do trecho Barcarena (PA) até Açailândia (MA). Os investimentos esperados são de R$ 7,8 bilhões e visam facilitar o acesso aos portos do Arco Norte.
O PIL também prevê a construção de uma ferrovia de 1140 quilômetros ligando as cidades de Lucas do Rio Verde (Médio-Norte de MT) até Miritituba (PA). O investimento demandado é de R$ 9,9 bilhões e tem o objetivo de melhorar o escoamento da produção agrícola mato-grossense pela hidrovia do rio Tapajós.
O governo voltou a destacar o projeto de construção da ferrovia Bioceânica, ligando o estado de Goiás até o Peru. O trecho brasileiro somaria 3,5 mil quilômetros, passando pelos polos produtores de grãos de Lucas do Rio Verde (MT), Sapezal (MT) e Vilhena (RO).
Portos
Para os portos o PIL prevê R$ 37,4 bilhões de investimentos em 50 novos arrendamentos (R$ 11,9 bilhões), 63 novas autorizações para Terminais de Uso Privado (R$ 14,7 bilhões) e renovações antecipadas de arrendamentos (R$ 10,8 bilhões).
O primeiro bloco de arrendamentos será constituído por 29 terminais nos portos de Santos (9) e no Pará (20). Esses terminais totalizam investimentos de R$ 4,7 bilhões. Este primeiro bloco de arrendamentos será dividido em duas etapas, com previsão para este ano.
Os arrendamentos de 21 terminais do segundo bloco deverão representar um investimento de R$ 7,2 bilhões. Essa etapa deverá ser licitada por outorga, com previsão de licitação no primeiro semestre do ano que vem. Nesse bloco, estão terminais nos portos de Paranaguá, Itaqui, Santana, Manaus, Suape, São Sebastião, São Francisco do Sul, Aratu, Santos e Rio de Janeiro.
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