A fila de navios esperando para carregar soja nos portos brasileiros cresceu 61% em uma semana, segundo dados divulgados pela agência marítima Williams na última sexta-feira (6). O número de embarcações ancoradas nas proximidades de terminais saltou para 82 embarcações contra as 51 há semana atrás. A previsão é de que 5,17 milhões de toneladas de soja sejam embarcadas nestes navios. O motivo do “congestionamento” é a chegada de embarcações para carregar a nova safra brasileira e a greve de caminhoneiros que atrapalhou o escoamento da produção.

CARREGANDO :)

"Isso é comum nesta época. Os navios vão chegando, se acumulando, vai atrasando (o embarque)... Mas deve ter havido algum contratempo por causa da greve", disse o diretor da Williams, Glynne Williams.

O gerente operacional da agência marítima Orion, em Santos, Willian Januzzi, afirma que tem havido falta de grãos para embarque no porto do litoral paulista, aquele mais movimenta soja no país.

Publicidade

"Está havendo falta de carga no porto, em quase todos os terminais de grãos. Isso acontece especialmente para grãos, porque eles chegam do Centro-Oeste (onde houve paralisações)", disse ele, destacando que o embarque de açúcar, por exemplo, está normal, uma vez que o produto é originado principalmente no interior de São Paulo, onde não houve bloqueios de estradas.

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a recomposição dos estoques de grãos nos portos brasileiros deverá demorar uma semana, após duas semanas de protestos que "baixaram muito" os estoques nos portos.

A fila de navios para soja ancorados na região de Santos cresceu para 26 esta semana, ante 13 na semana passada. Em Paranaguá, um porto menor mas também bastante movimentado nesta época, a fila manteve-se elevada, em 27 embarcações, ante 26 navios na semana passada.

A colheita está no auge em muitas regiões produtoras do Brasil, como o Centro-Oeste e o Paraná. A soja já começa a chegar aos portos e uma grande quantidade de navios é contratada neste período para viabilizar as exportações.