Os bloqueios nas estradas brasileiras registrados no final de fevereiro poderão a acontecer novamente a partir da próxima quinta-feira (23). Amanhã, uma reunião em Brasília envolvendo representantes do governo federal, caminhoneiros, embarcadores e transportadoras discute a efetivação de uma tabela referencial de frete. Caso não seja aceita pelas partes, os caminhoneiros prometem novos bloqueios.
“Vamos esperançosos em uma solução. Caso não ocorra, já está tudo esquematizado e os bloqueios começam na quinta-feira”, afirma categoricamente Luiz Carlos Neves, presidente da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat).
A tabela referencial estabelece preço mínimo de frete considerando a tonelada a cada faixa de quilômetro rodado. O frente de uma carga de 31 toneladas saindo de Sarandi (RS) até o porto de Rio Grande (606 quilômetros) custaria R$ 3.218. O cálculo leva em consideração o valor de R$ 103,83 por tonelada na faixa de 601 a 650 quilômetros.
Apesar dos caminhoneiros baterem o pé em relação a tabela, especialistas em logísticas acreditam que o sistema não irá funcionar por conta da lei de oferta e procura. Com os incentivos fiscais dos últimos anos, a frota de caminhão aumentou no país, enquanto a recessão economia diminui a oferta de serviços.
Novos bloqueios das estradas poderão gerar problemas no escoamento dos grãos até os portos. A colheita da safra de verão está na reta final.
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