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Maior parte das carretas está concentrada em Mato Grosso, líder nacional em colheita de grãos e onde ainda há déficit de tranportadores, conforme o setor produtivo local. | Hugo Harada / Gazeta Do Povo
Maior parte das carretas está concentrada em Mato Grosso, líder nacional em colheita de grãos e onde ainda há déficit de tranportadores, conforme o setor produtivo local.| Foto: Hugo Harada / Gazeta Do Povo

A safra recorde de grãos 2012/13 e a projeção de uma colheita acima das 200 milhões de toneladas na temporada atual estão mexendo com o segmento de caminhões pesados. Enquanto outras divisões do setor automotivo registraram queda (-1,4% e -16,5) ou pequeno aumento (4,5% e 8,9%) em relação ao ano passado, a comercialização dos modelos utilizados para transportar as principais commodities brasileiras cresceu 32,8%.

De acordo com relatório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre janeiro e novembro deste ano mais de 50 mil caminhões pesados deixaram as concessionárias para reforçar a frota brasileira, enquanto no mesmo período do ano passado foram 37,6 mil unidades. O aumento do apetite dos agricultores faz parte dos planos para garantir o transporte dos produtos até os portos e/ou indústrias. Segundo o setor, mais de 60% da safra brasileira são transportados por vias rodoviárias.

“A venda de caminhões pesados está atrelada ao bom momento do agronegócio, aliado ao financiamento do PSI”, afirma o diretor de caminhões da Volvo, Bernardo Fedalto Junior. “O pessoal está adquirindo bastante para acompanhar o aumento da safra e garantir o transporte.”, emenda Nelson Teodoro, presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão, no Noroeste do estado.

Geralmente, os modelos de caminhões pesados apropriados para transporte agrícola são os com potencial acima dos 420 cavalos, apropriados para percorrer longas distâncias e capacidade de transporte acima de 36 toneladas de produtos. O valor de tabela destes modelos gira em torno de R$ 420 mil e R$ 550 mil.

“O cliente do agronegócio busca um caminhão rentável e econômico para ajudar a manter as margens de lucratividade. O veículo precisa de torque alto, que mantenha uma velocidade média constante, o que reduz o tempo da viagem”, explica Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania do Brasil, líder do segmento pesados com 16,2 unidades vendidas.

O alto valor cobrado pelo transporte permite a compra e a certeza do retorno do investimento nos próximos anos. Por exemplo, o frente de Sorriso, no Mato Grosso, até Paranaguá, no Paraná, gira em torno de R$ 400 por tonelada.

Máquinas agrícolas terão recorde, mas 2014 ainda é incógnita

O segmento de máquinas agrícolas atingirá novo recorde de vendas em 2013. Até novembro, foram vendidas 77,2 mil unida­des, en­tre tratores e colheita­dei­ras. Faltam apenas 3 mil unidades para ultrapassar o recorde histórico de 1976, quando 80,2 mil unidades foram vendidas, em plena fase de mecanização da agricultura. “Devemos atingir 83 mil máquinas este ano”, diz o vice-presidente da Anfavea, Milton Rego. O setor está preocupado com a indefinição nos juros e no vo­lume de recursos para o Pro­gra­ma de Sustentação do In­ves­timento em 2014. “Se o governo já tivesse divulgado a taxa do programa, seria mais fácil para o transportador se programar. Em 2013, sabendo das regras, ele pôde planejar as compras”, ressalta Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania do Brasil. No ano passado, o governo federal derrubou os juros de financiamento para 2,5%. Em janeiro, a taxa passou para 3% e hoje está em 3,5%, patamar até o fim do ano.

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