A presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputada federal Tereza Cristina (DEM/MS), diz que a tabela de preços mínimos de frete para o transporte de carga é um “tiro no pé” dos caminhoneiros autônomos. Para a deputada, a medida deve encarecer o transporte. A publicação da tabela, via Medida Provisória (MP), foi uma das exigências dos caminhoneiros para o fim da paralisação das duas últimas semanas.
Tereza Cristina disse que a FPA é contra a tabela, mas não deve agir para derrubar a MP, já que participou das negociações para o fim das paralisações junto ao governo. A deputada afirmou, no entanto, que diversas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) estão sendo preparadas por representantes do setor para serem apresentadas ao governo.
A comercialização de grãos está parada no País. Produtores e empresas estão avaliando a alta nos custos. “Não é possível ações que travem o campo”, disse a deputada.
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) , junto com outras 39 associações que representam produtores rurais, indústria e comércio, é contra a proposta. A instituição estima que com o tabelamento do preço haverá aumento no custo rodoviário, por cadeia de produtos, de até 30%, no caso dos grãos. No caso de carga líquida, a estimativa é de aumento no frete de 24%.
Para o diretor do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo, Roberto Betancourt, não adianta ter um tabelamento mínimo e não ter demanda por frete. “Se houver demanda, o caminhoneiro pode até ter um valor de frete mas, se ele não tiver serviço e o caminhão ficar ocioso, isso também é ruim para ele, por isso nós achamos que a livre negociação é a única que vai encontrar um equilíbrio entre oferta e demanda”.
Betancourt diz ainda que seria preciso, primeiro, reduzir a carga tributária. “É importante, sim, reduzir a carga tributária, o custo do diesel, e o mercado vai achar um caminho, porque as empresas precisam do frete, mas se isso for arbitrado de forma equivocada, pode trazer prejuízos”.
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