O empresário Abilio Diniz decidiu montar uma chapa para o conselho de administração da BRF, dona de Sadia e Perdigão, para concorrer com a previamente registrada pelos fundos de pensão da Petrobrás (Petros) e do Banco do Brasil (Previ). A decisão foi tomada após nova reunião do conselho de administração da companhia. O plano era fechar um acordo que colocasse fim à disputa na empresa, mas houve um impasse.
A nova chapa traz o nome do ex-ministro da Indústria Luiz Fernando Furlan, herdeiro da família fundadora da Sadia, como presidente do colegiado - a chapa dos fundos já registrada indica Augusto Cruz, ex-presidente do GPA, para o cargo.
A relação capitaneada por Abilio prevê ainda que o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues faça parte do colegiado.
Essa chapa teve apoio da Tarpon, que possui 7,2% da BRF, mas não recebeu apoio formal de Previ e Petros, que possuem cerca de 11% da empresa cada uma, segundo fontes que acompanharam as conversas.
A ideia é que as negociações entre os fundos - que são os maiores acionistas individuais da BRF -, Abilio e Tarpon prossigam até a votação. A intenção é convergir para uma única chapa. Por ora, contudo, os dois lados ainda mantém determinação de defender sua própria lista.
Em disputa, está o comando da companhia de alimentos, que é a maior exportadora de frangos do mundo. Após a BRF registrar sucessivos prejuízos, os fundos de pensão entraram com pedido em fevereiro de destituição do conselho, que desde 2013 é liderado por Abílio.
O empresário, que também é acionista, com cerca de 4% por meio da Península Participações, acenou com a possibilidade de renúncia, num acerto costurado por semanas. Mas recuou da decisão sem receber aval dos fundos para novas exigências.
Procurados, Abilio, Furlan, BRF, Tarpon, Petros e Previ não comentaram o assunto.
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