O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, defendeu o fim da ‘lenga-lenga’ no caso da JBS, salientando que a empresa necessita de uma solução rápida, com uma gestão mais profissionalizada. “Está na hora”, disse Rabello a jornalistas, a respeito da seleção de um novo comando para a companhia, após participar de evento da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “Precisamos sair fora dessa lenga-lenga, apurar os possíveis prejuízos causados pela administração, ressarcir os minoritários, conforme as arbitragens que estão abertas, e voltar a trabalhar e botar JBS para brilhar no mercado de carnes”, completou.
Ele frisou que tendo em vista a situação da família Batista, com os irmãos Joesley e Wesley presos, é natural que o BNDES, como acionista minoritário mais importante do grupo, requeira “e praticamente exija uma governança que seja completamente profissionalizada”. Rabello salientou que o BNDES “quer e vai obter” a mudança rapidamente.
Para ele, a renomeação do fundador, José Batista, para diretor-presidente (CEO) seria uma solução “pro tempori”, intermediária. “O Sr José Batista goza do mais amplo respeito (...) Um individuo com a experiência e idade que ele tem merece toda nossa consideração e respeito. No entanto, normalmente um CEO está mais na faixa de 40 a 50 do que em 70 a 80. Portanto, dentro dessas características de dinamismo que precisamos ter, haveriam outras posições, como de chairman emérito, que caberiam melhor”, comentou.
Questionado se o BNDES poderia se aliar a outros minoritários num processo de arbitragem contra os controladores do frigorífico, Rabello lembrou que o banco já possui um processo de arbitragem, requerendo que se abra uma avaliação sobre possíveis prejuízos causados à companhia pelo administrador. Ele avaliou, porém, como positiva a iniciativa dos demais acionistas. “É bom que tenha varias arbitragens”, disse.
Ganho
O BNDES “não perdeu nada” na JBS, disse Rabello de Castro. “E vamos ganhar bastante ainda (com a companhia), assim que a governança lá melhorar”, disse, ao comentar críticas sobre o investimento feito pelo banco da JBS.
Durante apresentação na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, ele defendeu que os investidores árabes deveriam investir juntamente com o BNDES que, na sua avaliação, tem um bom histórico de investimentos. “BNDES é lucrativo na seleção de portfólio (...), vamos com a tecnicalidade do próprio banco”, disse.
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o BNDES vão realizar uma missão com o objetivo de oferecer cooperação na busca de oportunidades de investimentos e possíveis parcerias em empreendimentos no Brasil. Em março do ano que vem, o País recepcionará uma reunião com câmaras de comércio, indústria e agricultura árabe e paralelamente um Fórum de Investimentos, quando serão apresentadas as oportunidades de negócio no Brasil.
O presidente da Câmara Árabe de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, destacou que 5 dos 10 maiores fundos soberanos do mundo são árabes, e que 40% do valor dos recursos alocados em fundos soberanos do mundo é árabe.
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