A queda do dólar no mercado internacional e a possibilidade de uma retração maior que a esperada inicialmente na área destinada à soja na próxima temporada norte-americana carregaram as cotações da oleaginosa para o maior nível em três meses na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira. No segundo pregão consecutivo de alta, os preços do grão ganharam fôlego para romper a barreira psicológica dos US$ 9 por bushel e se sustentam acima deste patamar nos principais contratos.
Em queda acentuada desde quarta-feira, quando o Federal Reserve (Fed) manteve inalterada a taxa de juro do país, indicando que o ciclo de subidas será mais gradual do que se previa, a divisa norte-americana deu suporte ao avanço da soja. Um dólar mais baixo é favorável às commodities agrícolas produzidas nos Estados Unidos, pois torna os produtos norte-americanos mais baratos para os importadores. A forte alta do real, que segue ganhando terreno sobre o dólar em meio ao cenário político turbulento no Brasil, confere suporte adicional à soja em Chicago, ajudando a aliviar a pressão de uma colheita recorde na América do Sul.
No campo fundamental, o mercado reagiu com alta a uma estimativa anunciada pela empresa norte-americana Allendale, que aponta que migração de área de soja para milho pode ser bem maior do que o esperado nos Estados Unidos na temporada 2016/17, que começa a ser semeada no Meio-Oeste nas próximas semanas.
A relação de preço entre os contratos novembro/16 da soja e o dezembro/16 do milho vem se mantendo em torno de 2,3 em Chicago, índice que é favorável ao cereal. Plantado mais cedo que a soja, o milho também deve ser beneficiado pelo clima. “A previsão para o próximo mês é de temperaturas acima da média e chuvas dentro ou pouco abaixo da normalidade, condições ideais para o plantio, que devem encorajar investimentos no cereal”, pontua Rich Nelson, estrategista chefe de Allendale.
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