Mesmo enfrentando ventos desfavoráveis na economia nacional, o sistema cooperativo do Paraná cresceu em 2017 e superou a marca dos R$ 70 bilhões em faturamento, atraindo 84 mil novos cooperados e depositando R$ 2 bilhões em impostos nos cofres públicos. Em termos absolutos, o faturamento das cooperativas deve fechar o ano 26% maior do que o total do orçamento do estado do Paraná em 2017, que foi de R$ 56 bilhões.
“O índice de crescimento deve ser inferior à média dos últimos anos em razão da recessão econômica, que teve reflexos no consumo das famílias, e pela demora na comercialização dos grãos, em função da redução dos preços da produção. Apesar disso, os resultados líquidos devem ser superiores a R$ 2 bilhões, próximo da média verificada nos últimos cinco anos”, sublinha o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, no encontro anual com mais de dois mil cooperativistas que acontece nesta sexta-feira (08/12), no Teatro Positivo, em Curitiba.
Segundo Ricken, parte significativa do foi obtida devido “à conquista de novos mercados, em função da agroindustrialização, otimização de estruturas e ao processo de integração em desenvolvimento no cooperativismo do Paraná”.
Atualmente, são 220 cooperativas no Paraná em dez diferentes ramos – como agropecuária, saúde, transporte, crédito e trabalho – com mais de 1,5 milhão de associados. Responsável por quase 60% da produção agropecuária do estado, o setor gera 89 mil empregos diretos. A meta é atingir R$ 100 bilhões de faturamento nos próximos três anos.
Em seu discurso, Ricken também falou sobre o cenário nacional. “Nos preocupa muito a situação atual do Brasil, principalmente em relação à necessidade de melhoria na gestão dos bens públicos, de forma a garantir o futuro do nosso País e que se institua um modelo de profissionalização à semelhança do que ocorre na iniciativa privada, onde há segregação do comando político da gestão profissional”, frisa.
“O desejo é que sejam tomadas decisões em relação às reformas necessárias e que se equacionem as deficiências estruturais existentes, principalmente em relação à demanda por investimentos em infraestrutura tais como: portos, ferrovias, rodovias, energia, dentre outras, origem dos custos elevados da logística que têm penalizado a nossa competitividade, em especial para as comunidades mais distantes dos centros consumidores”, diz.
SomosCoop
O superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, também esteve no evento, onde também foi lançado a SomosCoop – uma campanha nacional de valorização das cooperativas, cooperados e funcionários. De acordo com Nobile, muitos brasileiros não conhecem o trabalho das cooperativas ou não associam o produto com a origem dele. “Por isso a importância da divulgação e da valorização das cooperativas em todas as áreas de atuação”, explica.
Segundo Nobile, 2017 não foi um ano fácil. “Nós sabíamos desde o fim de 2016 que teríamos dificuldades. Mas com articulação e trabalho vencemos os obstáculos”, conta.
Crédito
Durante o evento, o governador Beto Richa, que recebeu o Troféu Ocepar, em reconhecimento à política estadual de apoio ao setor produtivo, autorizou a transferência de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para investimentos, dentro das novas regras do programa Paraná Competitivo, em vigor desde março. As primeiras empresas a se beneficiarem da medida são duas cooperativas: a Coamo, de Campo Mourão, e a Copacol, de Cafelândia, que poderão utilizar os créditos para investimentos.
Richa destacou o papel das cooperativas na economia do Paraná, lembrando que o setor gera 90 mil empregos diretos, movimenta R$ 2,3 bilhões em exportação e é responsável por 56% do PIB agropecuário do Estado. “As cooperativas paranaenses contam com o apoio do nosso governo, para que se consolidem cada vez mais como uma referência no Brasil”.
A Coamo vai investir R$ 22,3 milhões na aquisição de 64 veículos. O valor do crédito a ser usado na operação é de R$ 11,18 milhões. A Copacol, vai investir na compra de 18 veículos, no valor de R$ 5,1 milhões, dos quais R$ 2,5 milhões devem ser pagos com créditos.
Também foram homenageados ex-presidente do BRDE, Odacir Klein, e os cooperativistas Sigrid Ritzmann e Áureo Zamprônio.
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