Produtores estão sendo obrigados a adotar a restrição alimentar em seus plantéis.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Sindicato das indústrias da carne e derivados e os produtores de aves de Santa Catarina divulgaram nota nesta quinta-feira (24), na qual manifestam preocupação com as consequências, “algumas irreparáveis”, da continuidade da paralisação de caminhoneiros, que protestam contra a aumento do óleo diesel.

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Na nota, o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) e a Associação Catarinense de Avicultura (Acav) alegam que a paralisação da circulação de bens, mercadorias, matérias-primas e insumos nas rodovias estaduais e federais afetou toda a cadeia produtiva da carne, “forçando a suspensão das atividades de dezenas de indústrias frigoríficas e prejudicando as atividades pecuárias em mais de 20 mil propriedades rurais”.

O documento destaca que, no campo, os estabelecimentos rurais que atuam nas áreas de avicultura, suinocultura e bovinocultura leiteira deixaram de receber ração para nutrição animal, pintinhos e outros serviços e insumos, sendo obrigados a adotar a restrição alimentar em seus plantéis. Simultaneamente, a produção acabada não pode ser retirada. O prolongamento da greve colocou a base produtiva agropecuária em situação de gravíssimo risco, determinando a inutilização de milhões de litros de leite que já começam a ser descartados e colocando em sofrimento nutricional os animais.

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Conforme as duas entidades, a ameaça atual e iminente é de perda massiva de ativos biológicos com início de mortandade nas principais regiões produtoras. Santa Catarina tem um plantel permanente de 5 milhões de suínos e 118 milhões de aves alojadas que, a partir de agora, entram em regime crítico de sobrevivência. Se esse quadro se confirmar poderá haver imprevisível impacto de ordem sanitária.

Nas áreas urbanas, as plantas industriais de abate e processamento de aves e suínos deixaram de receber cargas vivas e insumos, ao mesmo tempo em que estão impedidas de escoar os produtos acabados para os portos e os grandes centros de consumo. Segundo a nota, “a capacidade de estocagem a frio dessas unidades está exaurida e o processo produtivo resultou estrangulado”. Dessa forma, os frigoríficos paralisaram parcial ou totalmente as atividades em todo o estado.

Além do incalculável prejuízo econômico e financeiro, a situação agrava a posição do brasileira no mercado mundial, em virtude do não cumprimento dos contratos internacionais de fornecimento de proteína animal a diversos países.