Grandes recuam após retração. E pequenos mostram confiança no mercado.| Foto: Divulgação /

O parque de exposição do Show Rural Coopavel –primeira grande feira do ano do agronegócio brasileiro, que ocorre entre os dias 1° e 5 de fevereiro, em Cascavel, Oeste do Paraná – será palco de uma disputa inusitada. Diante do boicote das seis grandes montadoras de máquinas agrícolas do país – Case e New Holland (do grupo CNH Industrial), Valtra e Massey Ferguson (do grupo AGCO), John Deere e Agrale – marcas novas ou pouco conhecidas no Brasil travam disputa acirrada por mercado.

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O imbróglio envolvendo as montadores que detêm 100% das vendas de colheitadeiras e quase três quartos do mercado de tratores foi atribuído a intenção de mudança na data da feira, que passaria da primeira para a terceira semana de fevereiro. Segundo as marcas, essa data inviabilizaria participação na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), entre os dias 7 e 11 de março. A organização do Show Rural voltou atrás, mas as indústrias já teriam revisado seus orçamentos.

A reportagem apurou, porém, que o boicote rebate negativa da cooperativa Coopavel, organizadora do evento, à proposta das indústrias de realização do Show Rural, que é anual, de dois em dois anos. A mudança reduziria custos. As indústrias tiveram queda de 34,5% nas vendas (2014/ 2015).

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Emergentes

Na esteira dessa briga, indústrias menores comemoram a ausência das grandes marcas no evento. E passam a disputar entre si o mercado do Oeste, um dos mais consolidados do país, e o espaço para trabalho de marketing.

“Oportunidade que caiu do céu. Precisamos aproveitar esse momento, com a gentileza dos tubarões do setor de não estarem por lá, para realizar bons negócios”, comemora Tiago Bonomo, CEO da Landini nas Américas e presidente da marca no Brasil.

A indústria desembarcou por aqui há três anos e fará a sua estreia no Show Rural com dois modelos de tratores. “Conseguimos entrar no Finame em dezembro. Então a feira será um acúmulo de fatores. Acreditamos que as vendas vão bombar”, complementa o executivo.

A LS Tractor é outra marca de máquinas agrícolas que espera colher os frutos da ausência dos grandes fabricantes. Seu estande vai ocupar o espaço usado pela Massey Ferguson em edições anteriores. Apesar de o diretor comercial da empresa, André Rorato, garantir que não irá entrar em “guerra de preço”, a meta é alavancar as vendas.

“Seguramente os produtores vão para a feira para ver máquinas. Não encontrando nossas concorrentes, abrem espaço para nós. Certamente teremos um ganho”, avalia. Apesar da retração no setor, a LS Tractor informa ter crescido 10% em relação a 2014 em vendas no Brasil.

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Precisamos aproveitar esse momento, com a gentileza dos tubarões do setor de não estarem por lá, para realizar bons negócios.

Tiago BonomoCEO da Landini nas Américas

2,2 bilhões

foi o faturamento do Show Rural em 2015, conforme números oficiais. E 80% foram atribuídos às máquinas agrícolas. Sem as grandes marcas, negócios tendem a recuar.

44,9 mil

máquinas foram vendidas em 2015 no Brasil, queda de 34,5% em relação a 2014 (68,6 mil unidades). O setor acredita que as vendas em 2016 repitam a marca do ano passado.