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Além dos R$ 3,48 bilhões pela Alpargatas, os irmãos Batista devem receber mais R$ 14,4 bilhões pela Vigor e pela Eldorado, até o começo da próxima semana. | SERGIO LIMA/AFP
Além dos R$ 3,48 bilhões pela Alpargatas, os irmãos Batista devem receber mais R$ 14,4 bilhões pela Vigor e pela Eldorado, até o começo da próxima semana.| Foto: SERGIO LIMA/AFP

Depois da “liquidação” das empresas de Joesley e Wesley Batista, a J&F - holding que controla os negócios dos irmãos - começou a receber os pagamentos pelas companhias que colocou à venda. Os negócios estão sendo concluídos, apesar da prisão dos empresários.

Nesta quarta-feira (20), Itaúsa e Cambuhy, que administram o patrimônio das famílias Setúbal e Moreira Salles, pagaram à vista R$ 3,48 bilhões pela Alpargatas, dona da marca Havaianas.

Com o dinheiro, a J&F vai quitar os R$ 2,7 bilhões emprestados pela Caixa Econômica Federal para adquirir a Alpargatas em novembro de 2015. Na delação, Joesley disse que pagou propina ao ex-ministro Geddel Vieira Lima para obter o financiamento.

Na sexta-feira (22), está prevista a conclusão da venda da Vigor para a Lala. Segundo executivos próximos às tratativas, o negócio deve fechar, embora os mexicanos estejam inseguros. Na segunda-feira (25), será a vez da primeira fase da Eldorado.

Se tudo der certo, devem entrar cerca de R$ 14,4 bilhões no caixa dos Batista, incluindo R$ 5,7 bilhão pela Vigor e R$ 2,6 bilhão por 17% da Eldorado. O restante da empresa de celulose, avaliada em R$ 15 bilhões, só será vendido em 12 meses.

Com esses recursos, os Batista devem equacionar cerca de R$ 10 bilhões em dívidas da holding J&F. Os irmãos precisam da boa vontade do bancos credores - Santander, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, entre outros - que rolaram dívidas pesadas da JBS, carro-chefe do grupo.

O maior temor dos credores é que os compradores desistissem depois que o Supremo Tribunal Federal suspendeu a delação e os irmãos Joesley e Wesley foram presos.

Se a delação da JBS for anulada, pode colocar em risco também o acordo de leniência fechado com o Ministério Público Federal (MPF), que protege as empresas do grupo. A leniência é pré-condição para a venda dos ativos. Até agora, a avaliação dos compradores tem sido que o MPF vai manter a leniência. “O acordo de leniência está vigor, mas no caso da Alpargatas é uma formalidade, porque a empresa nunca esteve envolvida em ilícitos”, disse à reportagem Márcio Utsch, presidente da Alpargatas.

A Vigor também não faz parte dos escândalos, mas, mesmo assim, os executivos da Lala estão preocupados. Os mexicanos, porém, não devem ficar com a mineira Itambé. A cooperativa de produtores rurais decidiu recomprar os 50% que pertenciam a Vigor no negócio.

Na Eldorado, a situação é mais complicada, porque Joesley disse ter pago propina para obter aportes dos fundos de pensão e do FI-FGTS. Mas executivos envolvidos na transação dizem que os compradores são agressivos. A J&F acertou o negócio com a Paper Excellence, da família indonésia Widjaja.

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