A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) aproveitou o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que acontece entre esta terça (17) e quarta-feira, em São Paulo, para divulgar a pesquisa Todas as Mulheres do Agronegócio.
Entre as conclusões está a inserção no mercado do agronegócio e o preconceito que ainda existe contra as mulheres do campo.
Apesar de representarem 52% da população e 57% do quadro de estudantes universitários, quase a metade (44,2%) das 862 entrevistadas pela pesquisa ainda declara sentir preconceito sutil no trabalho, enquanto 30% das mulheres acusam algum preconceito evidente. Apesar disso, 61% das entrevistadas afirmam não enfrentar problemas de liderança por ser mulher.
Que preconceito é esse?
Quase 10% das mulheres afirmam que não foram levadas a sério na atividade, enquanto 8% sentiram desconfiança de outras pessoas com relação a sua habilidade no cargo. Quase 12% perceberam dúvida do seu conhecimento e 9% notaram desconfiança em relação a sua capacidade de negociar.
Das entrevistadas, 73,1% trabalham dentro das fazendas, e as demais em locais como cooperativas, áreas de insumos, comércios e atividades da agroindústria. Entre as ocupações, 59,2% das entrevistadas é proprietária ou sócia; 30,5% são funcionárias ou colaboradoras, e 10,4% são gestoras, diretoras, gerentes, coordenadoras ou atuam em funções administrativas.
Ainda segundo a pesquisa, 36,2% das mulheres disseram ter optado pelo agronegócio por gostar da vida no campo, 34% já tinham familiares atuando na área, 15,6% já eram proprietárias ou sócias de uma propriedade rural e 10,7% enxergaram no agro uma oportunidade de trabalho.
Dessas mulheres, um quinto ainda reclama de não ter apoio nas atividades domésticas: 21% responderam que os familiares ajudam um pouco, enquanto 43% dizem dividir os afazeres da casa com a família.
Além disso, apesar de a maioria não desejar ter filhos (64%), 73% das mulheres que têm filhos gostariam que eles continuassem com as atividades do agronegócio.