A edição 2016 do Show Rural Coopavel, programada para acontecer entre os dias 1° e 5 de fevereiro, em Cascavel, no Oeste do Paraná, não irá contar com as cinco grandes montadoras de máquinas agrícolas do país. Alegando problemas de logística com a indefinição da data, John Deere, Case, New Holland (ambas do grupo CNH Industrial), Valtra e Massey Ferguson (pertecentes ao grupo AGCO) não irão participar do evento que abre o calendário de feiras agrícolas no Brasil.
De acordo com as empresas, a decisão de não comparecer em Cascavel passa pela indefinição da data. No ano passado, a organização da feira chegou a modificar a data para a segunda quinzena de fevereiro, na semana após o Carnaval. Diante disto, as montadoras optaram pela ausência para que o maquinário e demais materiais, que ficam expostos aos produtores e visitantes, pudesse chegar a tempo em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, onde ocorre a Expodireto Cotrijal, entre os dias 7 e 11 de março.
“A direção da Coopavel passou para a terceira semana de fevereiro, que fica inviável por conta de outras feiras. Chegamos a argumentar, mas infelizmente não tivemos retorno. Depois a Coopavel reavaliou a data, mas já tínhamos revisado o orçamento e direcionado para outras feiras menores”, explica Eduardo Nicz, gerente de marketing da New Holland para o Brasil.
Em nota, John Deere e Valtra apontam a mesma justificativa, de que a mudança da data “impactaria a presença da marca em outras feiras do calendário e geraria conflitos no cronograma do ano.”
Boicote
As grandes marcas negam que o boicote foi orquestrado. Segundo Nicz, é natural que a ausência de uma empresa faça com que as demais assumam a mesma postura. “Não conversamos com as outras marcas. Mas, quando uma grande não vai, as outras acabam repensando. Ainda mais neste caso, sendo a New Holland a dona da casa [a marca tem fábrica em Curitiba]”, reforça.
Mesmo sem participar do Show Rural, as empresas confirmaram presença nas outras principais feiras agrícolas brasileiras como Expodireto Cotrijal (RS), Agrishow (SP), Expointer (RS), ExpoLondrina (PR), AgroBrasília (DF), entre outras.
Outro lado
Para Dilvo Grolli, presidente da Coopeval, organizadora da feira, a decisão das grandes empresas de máquinas agrícolas em não participar do Show Rural ocorreu em função do corte no orçamento, gerado pela queda nas vendas na temporada 2015 e a crise econômica do Brasil.
“É uma questão de mudança estratégia por restrição de despesa”, diz Grolli. “Mas mesmo assim temos uma fila de espera de mais de 60 empresas”, reforça.
O executivo ainda defende que o fato das grandes marcas de máquinas agrícolas não estarem presente não tira o brilho e o interesse da feira em Cascavel. “Máquina não é a tecnologia mais importante. As principais são sementes, fertilizantes e defensivos. Isso que impulsiona o campo. E o produtor pode estar certo que irá encontrar novos produtos na feira”, garante.
Faturamento
Apesar do discurso otimista, o faturamento do Show Rural Coopavel deve cair significativamente em relação aos R$ 2 bilhões da edição passada. Afinal, segundo dados da organização, 80% dos negócios viabilizados na feira envolvem máquinas agrícolas.
“Ano passado [o faturamento] foi fora da curva. A média dos últimos anos é de R$ 1 bilhão. Não temos expectativa de vendas para essa ano. Mas os negócios vão focar em sementes e defensivos. Máquinas irão representar uma quantidade menor”, diz Grolli.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano