Frutas descascadas, cortadas na bandeja e cenouras palito, em formato de batatas fritas, embaladas e prontas para consumo podem parecer um incentivo à preguiça. Mas cada vez mais consumidores estão interessados nesse tipo de alimentos, por serem portáteis, frescos e saudáveis, segundo a pesquisa Fresh Trends 2017 (Tendências Frescas, em português).
A alternativa vem se tornando uma excelente opção de lanche, conforme o levantamento realizado com mais de 1 mil pessoas nos Estados Unidos pela Packer’s, consultoria especializada na área de frutas e vegetais. A tendência também é observada no Brasil:
“Temos uma pesquisa em andamento sobre o tema, mas já observamos alguns motivos para o aumento desse consumo: a facilidade do manuseio dos produtos unida à escassez de tempo e, claro, a saudabilidade. As pessoas preferem pagar mais caro para ter o alimento processado”, afirma Fabiano Szpyra, gerente de marketing da Rede de Supermercados Festval.
Os números reforçam a essa visão. Seis em dez entrevistados pela pesquisa dizem que a conveniência é a maior vantagem ao comprar produtos frescos em pacotinhos. Mas isso não é tudo: os compradores assumem que os produtos embalados estão maduros. Ou seja, eles não precisam ‘adivinhar’ se a fruta ou o vegetal está verde ou se ‘passou do ponto’.
Há ainda aqueles que consideram as embalagens mais higiênicas, sob a alegação de que “as mãos de todo mundo não estiveram tocando o item ”.
Hora do lanche
Ao todo, 51% dos entrevistados afirmam que vêm comprando mais frutas e vegetais para lanches do que há cinco anos. Entre as opções, saladas de frutas , palitos de cenoura e aipo são vistos como snacks (lanches) por um terço dos entrevistados pela pesquisa Fresh Trends.
Esse consumo vem derrubado, inclusive, a compra de alimentos industriais, como salgadinhos. “É um segmento que tem caído bastante. Os clientes têm migrado de salgados, frituras e refrigerantes para a compra de produtos naturais”, explica o gerente de perecíveis da Rede Festval, Ademilson Rodrigues.
Apesar do crescimento dos hortifrutis embalados, bananas e maças ainda são vistas como a principal forma de fazer um lanchinho para a maioria dos compradores, segundo a pesquisa. Além disso, apenas 8% dos entrevistados dizem que limpam e cortam suas próprias hortaliças para levar ao trabalho como lanche.
Existem também alguns produtos que os consumidores não compravam e hoje estão adquirindo devido à venda em pacotes, segundo a pesquisa. Os principais são abacates, mix de folhas, brócolis, espinafre e pimentões.
E o interesse parece crescente: 45% dos entrevistados dizem que comprariam mais produtos desse tipo de produtos se houvesse mais opções no mercado.
Contudo, apesar da conveniência, o preço ainda é a baliza mais importante para a decisão de compra: para 77% dos respondentes, esse ainda é o fator mais importante na escolha dos alimentos, mesmo que a compra de produtos saudáveis ou o mais próximo possível do ‘estado natural’ seja relevante para o consumidor.