A colheita nos Estados Unidos já está praticamente finalizada e agora o mercado sente os efeitos da oferta concentrada nos armazéns norte-americanos.
Depois de subir e permanecer acima de US$ 10 por bushel nos últimos dias, a cotação da soja na Bolsa de Chicago teve queda de 1,8% e fechou em US$ 9,92 nesta terça-feira, no caso dos contratos firmados para janeiro de 2017.
Segundo especialistas, a alta anterior havia sido motivada pela demanda aquecida na China e por especulações – relacionadas à La Niña - sobre o clima na América do Sul, cuja safra está na fase inicial de plantio. “Com esse preço, os produtores começaram a vender mais; porém, com a cotação acima de US$ 10 por bushel, a demanda enfraquece um pouco”, explica o analista da Granopar, Aldo Lobo. “Além disso, apesar de fenômenos extremos nas últimas semanas, tudo indica que teremos um clima favorável à safra cheia no Brasil”, acrescenta.
Para os próximos meses, o analista prevê que o preço não deve fugir muito à média de US$ 10 por bushel. “A partir de janeiro e fevereiro, com a colheita na América do Sul, a questão é outra, com os prêmios aqui tendo um pouco mais espaço”, completa Lobo.
Reta final
Segundo o último levantamento do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, divulgado nesta segunda-feira (31), a colheita da soja no país alcançou 87%. O ritmo é um pouco mais lento que em 2015, quando, nesta mesma época do ano, já haviam sido colhidos 91% da oleaginosa. Ainda assim, o trabalho segue acima da média histórica para o período, que é de 85%. Já a colheita do milho está em 75%, dentro da média. No ano passado, o índice era de 82%.
A expectativa dos norte-americanos é que super-safra feche em 116,2 milhões de toneladas para a soja e 382,4 milhões de toneladas para o milho.