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Pré-candidato ao Senado, Pessuti assume BRDE de olho no agronegócio

Orlando Pessuti discursa durante posse como presidente do BRDE | Divulgação/BRDE
Orlando Pessuti discursa durante posse como presidente do BRDE (Foto: Divulgação/BRDE)

Após assumir a presidência do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico do Extremo-Sul (BRDE), na última terça-feira (14), o pré-candidato ao Senado pelo Paraná Orlando Pessuti falou à Gazeta do Povo sobre os planos do banco para o agronegócio da região.

Quase 32% do orçamento de R$ 2,8 bilhões do BRDE para financiamentos em 2017 será destinado para projetos da agropecuária. “A vocação para investir na agroeconomia é porque essa é a mola propulsora dos três estados do Sul”, explica Pessuti. Além de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Mato Grosso do Sul também recebe financiamentos do banco.

Uma amostra dessa tendência é o volume de repasses feito através do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que atingiu R$ 214 milhões no primeiro semestre. “Somos ainda o maior repassador de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o sexto do Brasil”, diz.

Os investimentos no agronegócio devem ser diversificados, mas o político adianta que busca atender a todos os pedidos de financiamentos para armazenagem de grãos, por exemplo - que ficaram expostos a céu aberto devido à última supersafra. Orlando Pessuti também citou a importância dos recursos para cooperativas:

“O BRDE tem 56 anos e é o principal parceiro do cooperativismo. Investir nele significa investir em milhares de famílias. Às vezes, são 20, 30 mil cooperados. Através das cooperativas estamos financiando o produtor rural”. Como exemplo, o banco financiou R$ 30 milhões dos R$ 100 milhões investidos no maior frigorífico de peixes do Brasil, inaugurado pela C.Vale.

Captação de recursos

O novo presidente do órgão regional admite um problema: a necessidade de reestabelecer os limites do banco nacional, que precisou devolver recursos ao Tesouro Federal e cortou parte do orçamento para parceiros.

Para driblar o problema, Pessuti afirma que o BRDE está buscando diversificar os fundos. “Contamos com recursos próprios e estamos tentando negociar nossa carteira com os municípios”, revela. Há cerca de R$ 160 milhões em empréstimos feitos com recursos próprios para cidades. Com o pagamento, a expectativa é ter quase R$ 1 bilhão para novos repasses ao setor privado.

O político destaca ainda negociações avançadas para obter 50 milhões de euros junto à Agência Francesa de Desenvolvimento. O montante será para investir em projetos relacionados à sustentabilidade no agronegócio, em recursos hídricos, no tratamento de dejetos, em energias renováveis e em cidades.

Outras capitalizações para o BRDE devem vir de programas como o Fundo Geral de Turismo (FGT), do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), para aplicar no Mato Grosso do Sul, e do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para as lavouras de café do Paraná. Outros investimentos em saneamento e frotas devem partir de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e, para inovação tecnológica, da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos).

Privatização e federalização do BRDE: chance zero?

Neste ano, houve um rumor de que o BRDE poderia ser vendido, privatizado ou federalizado devido à busca do Rio Grande do Sul para aderir a um regime de recuperação fiscal, o que precisaria ainda do aval de Santa Catarina e Paraná - os três estados controlam em conjunto o banco. “Não temos riscos de ser federalizados ou privatizados ou vendidos”, garante Pessuti.

Segundo ele, os estados pretendem manter novas capitalizações e defendeu ainda que o BRDE não terá de pagar juros sobre seu patrimônio.

“O volume que seria destinado é de R$ 10 a R$ 12 milhões, o que não resolveria nada. Se deixarmos isso em caixa significa que o estado ganharia mais em ICMS, na geração de renda e com retorno em conforto [para a população]. A medida inteligente é capitalizar o banco e nós temos feito isso a cada semestre”, afirma o indicado pelo governador Beto Richa para assumir a gestão de 1,4 anos, já que durante cada mandato é feito um rodízio entre os estados na presidência.

Ao final da entrevista, o ex-vice governador do Paraná no último mandato de Roberto Requião (2007-2010) e que ficou no cargo de abril a dezembro de 2010 falou sobre suas pretensões políticas para 2018: “Pretendo disputar uma eleição majoritária e me coloco a disposição para vice governador ou de preferência candidato ao senado federal, já que duas vagas estarão em disputa”.

Assista à entrevista com Orlando Pessuti

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