Porto de Paranaguá é o maior terminal graneleiro do país| Foto: Ivan Bueno/APPA

O dia 24 de dezembro será como uma linha de chegada olímpica para o Porto de Paranaguá. Pelos cálculos da administração do porto, nesta data, último dia de operações do terminal em 2018, deve ser quebrado o recorde histórico de movimentação anual de 51,5 milhões de toneladas de cargas, obtido no ano passado.

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Para que o recorde caia, no entanto, é preciso que não haja chuva acima da média no período, o que obrigaria a interrupção das operações no corredor de exportação de grãos por mais tempo. Se ocorrer, o novo recorde será mais significativo ainda porque acontecerá num ano em que o porto ficou paralisado por quase dez dias, em maio, deixando de movimentar 648 mil toneladas por causa da greve dos caminhoneiros.

“Os Portos do Paraná ficaram muitos anos sem qualquer investimento em infraestrutura marítima, sem dragagem e sem condição de competir com os demais portos brasileiros. Isso mudou”, diz Lourenço Fregonese, diretor-presidente do porto.

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As cargas de milho, soja, adubo e farelos são as que lideram o ranking de movimentação nesta reta final. Em novembro, foram embarcadas 1,28 milhão de toneladas de soja, resultando num acumulado de 14,46 milhões, desempenho 32% melhor do que em 2017. A movimentação de fertilizantes – importação, na maior parte – atingiu quase 1 milhão de toneladas em novembro, gerando um acumulado de 8,64 milhões no ano. O milho deverá ter desempenho bem abaixo do ano passado (-73%), mas concentra a maior parte da exportação neste fim de ano e deverá contribuir também para uma eventual quebra de recorde.

Nas importações, o maior crescimento foi na movimentação de trigo: 52%. Em 2017, foram 142 mil toneladas. Em 2018, são 216 mil.

Paranaguá é o principal porto graneleiro da América Latina. Desde 2011, o Corredor de Exportação já registrou 45% de aumento no volume movimentado e hoje mais de 80% da produção de grãos das cooperativas são exportadas pelo porto.

Dragagem

Na sexta-feira (21), a governadora Cida Borghetti homologou o contrato para o início das campanhas de dragagem de manutenção continuada dos portos do Paraná nos próximos anos. O contrato foi assinado já com a licença de operação emitida pelo Ibama. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) vai investir R$ 403 milhões para remoção do assoreamento dos canais de acesso, bacias de evolução, berços públicos e fundeadouros.

A contratação desta nova campanha de dragagem de manutenção incluirá as áreas Alfa, Bravo, Charlie, Fundeio e Delta. O processo consiste na retirada de material do fundo do mar, garantindo a profundidade adequada à segurança da navegação de navios de grande porte, que chegam a Paranaguá diariamente para importação ou exportação de produtos diversos.

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As campanhas garantirão a profundidade obtida com a dragagem de aprofundamento, contratada pelo Governo Federal e em execução - proporcionando os 16 metros de profundidade no canal de acesso externo (áreas Alfa) e entre 15 e 14 metros, nos canais de acesso interno (áreas Bravo 1 e Bravo 2). A bacia de evolução será mantida com 14 metros de profundidade.

No Porto de Antonina, a dragagem vai manter a profundidade do canal de acesso e da bacia de evolução (áreas Delta 1 e 2) entre 9 metros e 9,5 metros.