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após prejuízo bilionário

Se depender de minoritários da BRF, Abilio Diniz vai ganhar a conta

Empresário enfrenta descontentamentos por prejuízo de R$ 1,1 bilhão da BRF em 2017 | Arquivo/Gazeta do Povo
Empresário enfrenta descontentamentos por prejuízo de R$ 1,1 bilhão da BRF em 2017 (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Em conferência telefônica, os acionistas minoritários da BRF no mercado brasileiro indicaram que vão apoiar os fundos Petros e Previ pela destituição do Conselho de Administração da empresa em reunião na próxima segunda-feira (5). O conselho é presidido pelo empresário Abilio Diniz, ex-dono do Grupo Pão de Açúcar.

A conversa foi mediada pela Amec (Associação dos Investidores do Mercado de Capital). Com isso, a tendência que se forma é pela saída de Abilio Diniz da presidência do conselho, conforme requisitam Petros e Previ.

Os fundos estão insatisfeitos com os resultados da BRF, que amargou em 2017 prejuízo recorde de R$ 1,1 bilhão, e sua ação é negociada a níveis de 2011 (fechamento estável a R$ 28,69 nesta terça).

Até aqui, mais de 40% dos acionistas da empresa já se alinharam contra o atual conselho - só Petros, da Petrobras, e Previ, do Banco do Brasil, somam 22% das ações.

Fundos estrangeiros, como o Aberdeen (5%), estão com Petros e Previ. As dezenas de acionistas oriundos das família Furlan e Fontana, que têm dois dos dez assentos no conselho e representam os antigos donos da Sadia (que se fundiu à Perdigão em 2009 para dar vida à BRF), somam cerca de 8% das ações e deverão seguir os fundos de pensão se a acomodação mantiver no colegiado Luiz Fernando Furlan e Walter Fontana.

Tarpon

No mercado, há expectativa sobre como votará a gestora de fundos Tarpon, terceiro maior acionista da BRF com 7,26% do controle. Segundo a reportagem apurou, ela não assumirá posição agressiva, buscando agir mais como investidora do que como gestora na discussão.

Em 2013, associou-se a Abilio Diniz e apoiou a entrada do empresário na presidência do Conselho de Administração da empresa. Em 2015, indicou Pedro Faria para presidir a BRF. Após momentos bem-sucedidos, que levaram as ações a baterem em R$ 70, problemas de gestão aliados a complicações políticas viram a administração decair, culminando na troca do executivo por José Drummond em dezembro passado.

Abilio, que detém 4% da BRF, teve uma relação ciclotímica com o Tarpon. No momento, relatos dizem que empresário e fundo estão perto do rompimento final devido à crise que se abateu sobre a empresa. Em nota na segunda (26), ele criticou a movimentação dos fundos, mas admitiu os maus resultados da BRF.

Outros observadores, mais próximos do Tarpon, falam que não há nem briga, nem casamento na relação a partir de agora. Apontam que, embora votem juntos e tenham eleito Drummond, houve um afastamento após a saída de Faria.

O empresário havia divulgado nota comentando o caso, lamentando o mau resultado e criticando Petros e Previ pela falta de diálogo na crise.

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