Depois de bater no menor patamar em 45 meses na semana passada, os preços futuros da soja avançaram para o maior nível em quase duas semanas na Bolsa de Chicago. A demanda internacional aquecida e preocupações que o clima seco em algumas partes do Meio-Oeste dos Estados Unidos possa comprometer o rendimento das lavouras serviram de combustível para a virada.
Com as valorizações desta quinta-feira, o primeiro contrato da oleaginosa retomou o patamar dos US$ 12 e os papéis com vencimento em setembro voltaram à casa dos US$ 11/bushel. O novembro/14, que baliza os preços para a nova safra norte-americana, fechou o pregão trocando de mãos a US$ 10.8475/bushel (+8,25 pontos), depois de bater em US$ 10,7525 no melhor momento do dia.
Sucessivas quedas no preço da soja nas últimas semanas – desde o início do ano, a oleaginosa já caiu cerca de 17% em Chicago – reaqueceram a demanda pelo produto dos EUA. Em relatório divulgado pela manhã, o Departamento de Agricultura do país (Usda) informou que os exportadores norte-americanos venderam 2,68 milhões de toneladas na última semana, incluindo 2.45 milhões (t) de grãos da safra nova. O volume surpreendeu os traders, que esperavam algo entre 1,2 milhão e 1,45 milhão de toneladas.
Preocupações com o rendimento da soja, que entra em sua fase crucial no mês que vem, forneceram combustível adicional para o mercado. Os radares meteorológicos apontam para clima mais quente e seco nas próximas duas semanas em parte do cinturão graneleiro dos EUA. As projeções de médio e longo prazo, contudo, indicam clima favorável num momento determinante para a definição da safra do país. Em agosto, as lavouras norte-americanas entram e período de formação de vagens e enchimento de grãos.
O milho, que também abriu os negócios no azul, acabou revertendo os ganhos iniciais e renovou a mínima em quatro anos, com o dezembro/14 valendo agora US$ 3,6950/bushel (-1,25 ponto) no final da sessão desta quinta-feira. Pela manhã, o anúncio da venda de 1,14 milhão de toneladas para 2014/15, volume acima das estimativas de mercado, motivou um movimento de cobertura de posições que levou as cotações para o terreno positivo. Mas os preços recuaram com os investidores cada vez mais confiantes de uma grande safra dos EUA. Plantado mais cedo que a soja, o milho passa pelo seu período crítico de polinização agora em julho e, até o momento, não há registro de problemas climáticos generalizados, apesar de haver relatos de falta de chuva em algumas regiões.
A notícia de que a China vai exigir que a indústria norte-americana certifiquem cargas de DDG (uma espécie de farelo de milho de alto teor proteico, resíduo do processo de fabricação de etanol) como livres da variedade transgênica MIR 162, que não é aprovada no país asiático. Os chineses suspenderam a emissão de licenças de importação do produto dos EUA em junho.
A está exigindo que destilarias dos Estados Unidos certifiquem seus grãos secos (DDG, na sigla em inglês) como livres da variedade transgênica MIR 162, disse o Conselho de Grãos dos EUA, uma associação de exportadores, em uma carta à qual a Reuters teve acesso. A exigência da Autoridade de Inspeções de Importações da China (Aqsiq, na sigla original) tem vigência imediata. Todos os carregamentos de DDG que foram embarcados a partir de 24 de julho que não tenham a certificação serão rejeitados, segundo a Associação de Exportadores de Grãos da América do Norte (Naega, na sigla em inglês).
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