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Mesmo com cortes nos estoques e aumento da oferta, mercado internacional da oleaginosa recua mais de 1% no dia, também pressionado por macroeconomia

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As cotações da soja buscam um fundo na Bolsa de Chicago. No pregão desta terça-feira (30), os futuros da commodity fecharam em baixa, mesmo com corte de 1 milhão de toneladas promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) nos estoques finais da temporada 2013/14, que caíram a 2,5 milhões de toneladas.

Não foram só nas reservas norte-americanas de soja que o órgão fez ajustes. Para fechar as contas, o Usda precisou elevar os números de área, produtividade e produção do país na última temporada. Com isso, a safra velha “cresceu” 1,88 milhão de toneladas, para 91,3 milhões de toneladas, ou 2,1% acima estimativa anterior. A notícia vem no momento em que a colheita do novo ciclo começa a ganhar força no país. E justamente o tamanho dessa produção que os traders estão focados.

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“O Usda deve estar bem confiante no potencial tamanho da nova safra para registrar um número de estoques de passagem tão baixo para a safra velha", afirma o sócio diretor da AgR Brasil, Pedro Dejneka, que fica em Chicago (EUA).

Se a colheita da soja superar as 106 milhões de toneladas conforme o estimado, os estoques norte-americanos do produto vão sair dos menores patamares em quase quatro décadas para o maior nível em oito anos: 11,86 milhões de toneladas.

Os operadores também estão olhando para o cenário da safra 2015/16 nos Estados Unidos, conforme Dejneka. “A relação de preço entre soja e milho está bem acima da média histórica.  O preço da soja precisa reduzir em relação ao de milho, senão a possibilidade será real de uma maior área de soja novamente ano que vem aqui nos EUA", diz.

Macroeconomia pesaA situação da economia mundial também pesa sobre as commodities agrícolas. A valorização do dólar, por exemplo, barateia os grãos, que são cotados na moeda norte-americana. Ou seja, é possível comprar mais produto com o dinheiro.  A alta da moeda é sustentada em aumento das apostas dos investidores internacionais em títulos do governo americano, que atraem  capital com a promessa de boa rentabilidade pela alta dos juros no país.