Blairo Maggi, ministro da Agricultura, está em viagem no Oriente Médio. Ele foi informado das operações da Polícia Federal pelo interino na pasta, Eumar Novacki.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ribeirão Preto - Ministro da Agricultura, Blairo Maggi afirmou nesta terça-feira (16) que “já sabia” que outros casos de suspeitas de corrupção envolvendo servidores viriam à tona após a Operação Carne Fraca. Ele fez o comentário através de mídias sociais e disse que aumentou o rigor nas apurações internas na Pasta que comanda.

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Essa foi a primeira declaração do ministro sobre a Operação Lucas, deflagrada nesta terça pela Polícia Federal (PF) para desmantelar esquema de pagamento de vantagens indevidas a de sete frigoríficos e laticínios à ex-superintendente substituta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Tocantins, Adriana Carla Floresta Feitosa.

“A Operação Lucas desarticulou um esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura. Os envolvidos serão afastados imediatamente das funções e serão alvo de auditoria que poderá terminar com a exoneração”, disse. “Já sabíamos que outros casos viriam à tona. Após a Operação Carne Fraca, aumentamos o rigor nas apurações internas”, completou Maggi, que está em missão oficial na Arábia Saudita.

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A PF deflagrou ainda a Operação Fugu, que investiga a fraude na importação e processamento de pescado em Santa Catarina, também com o envolvimento de fiscais do Ministério. Contudo, Maggi não fez comentários sobre essa ação.

O ministro comentou ainda que mesmo estando fora do País “tomou pé” da Operação Lucas e ainda acompanhou a repercussão pela imprensa. Maggi ratificou ainda que o ministro interino e secretário executivo Eumar Novacki está no Brasil e que toma todas as providências sobre o caso.

Servidores envolvidos serão afastados

O ministro interino e secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, confirmou nesta terça-feira (16) que os servidores envolvidos nas operações da Polícia Federal (PF), em Tocantins e em Santa Catarina, deflagradas nesta terça-feira, serão afastados imediatamente das funções e alvo de uma auditoria que poderá terminar com a exoneração dos cargos públicos.

Além da apuração da PF, as ações, segundo ele, ocorrem a partir de denúncias feitas em investigações internas dentro da Pasta e de apurações recorrentes após a Operação Carne Fraca, deflagrada em março.

“O Ministério tem total interesse em expurgar do seu quadro servidores envolvidos em corrupção e em separar joio do trigo; a grande maioria dos servidores cumpre seu papel com muita competência”, disse o ministro interino.

Segundo Novacki, a ação em Santa Catarina apurou o envolvimento de fiscais federais agropecuários que fariam “vista grossa” para importação de camarões da Argentina, com o apoio do Ministério da Agricultura. “Em Tocantins o problema é a fraude econômica, com fiscais que permitiram limite de água em frango acima do tolerado”, disse.

Novacki está no cargo por conta de uma viagem do ministro Blairo Maggi a países do Oriente Médio. Ele foi informado pelo próprio Novacki das operações pela manhã.

Nesta terça-feira, o interino realizou uma reunião em Brasília sobre o tema, com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Eles devem apresentar novas ações da corporação junto ao Ministério da Agricultura.