| Foto: Divulgação / MST
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Cumprindo o aviso de que com a proximidade do novo governo de esquerda iria intensificar suas ações, o Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiu durante o feriado duas fazendas na região da Chapada Diamantina, na Bahia.

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Em nota na página do MST, o movimento diz que 100 famílias ocupam a Fazenda Gentil, em Maracás, e outras 150 famílias estão na Fazenda Redenção, entre Planaltino e Irajuba.

A Fazenda Redenção pertence à Cia de Ferro Ligas da Bahia (FERBASA). Segundo o MST, “está abandonada há anos e não cumpre sua função social”. O movimento divulgou que a empresa proprietária “está falida e abandonou as terras que seriam destinadas à monocultura do eucalipto”.

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Dados da Bolsa desmentem que empresa estaria falida

Basta olhar o desempenho da FERBASA na Bolsa de Valores, no entanto, para verificar que as informações divulgadas pelo MST não procedem. A FERBASA, que é líder nacional na produção de ferroligas (minerais que dão maior resistência ao aço) não está em falida nem em processo de falência. Divulgou ao mercado, na semana passada, o balanço do terceiro trimestre, com receita líquida de R$ 769,5 milhões e lucro líquido de R$ 277,3 milhões – o que representa uma margem de 36%. Antes, no final de setembro, os acionistas receberam R$ 80 milhões em forma de dividendos e JCP (Juros sobre Capital Próprio).

Em nota, a FERBASA confirmou que a Fazenda Reunidas Redenção, em Planaltino, teve parte da área invadida por um grupo identificado como integrantes do MST. Eles estariam ocupando 5 de um total de 580 hectares da propriedade.

“Ratificamos que, diferente do que foi transmitido pela citada organização aos órgãos de imprensa, o imóvel objeto do esbulho não somente integra o rol de projetos de silvicultura da Companhia que se encontram em pleno desenvolvimento na região, mas também beneficia a comunidade local, através da cessão em comodato para uma associação local de produtores de leite, que utiliza parte do citado imóvel para pastagem e manejo bovino, refletindo a atuação consciente da FERBASA em prol do desenvolvimento socioeconômico das comunidades do entorno das regiões onde mantém suas atividades”, afirma a nota.

Por enquanto, não houve prejuízo na fazenda

Segundo a FERBASA, as atividades da companhia permanecem inalteradas, “sem qualquer prejuízo identificado”. E a empresa reforça que preza “pela austeridade na gestão de seus recursos visando à perenidade dos seus negócios, não havendo, portanto, qualquer instabilidade ou insegurança no que tange à sua saúde financeira”.

Marcio Lopes Fernandes de Barros, diretor de Relações com investidores, que assina a nota, finaliza dizendo que as medidas judiciais cabíveis estão sendo adotadas para assegurar os direitos da companhia.

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Segundo o próprio MST, é a 17ª invasão feita pelo movimento na Bahia em 2022. O estado é administrado há 16 anos pelo PT.