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| Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

A fome mundial de chocolate parece mesmo insaciável.

É o que se conclui após as três regiões que mais processam cacau no planeta apontarem aumento da moagem da amêndoa do cacau, um dos principais indicadores da demanda.

O processamento de cacau na Europa aumentou 2,7% no último trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo o maior nível desde 2011. Na Ásia, o crescimento foi de 3,7%, enquanto na América do Norte os números surpreenderam: houve expansão na moagem de 2,5%, quando as projeções apontavam que haveria um declínio.

“São números muito bons e sólidos”, diz Jonathan Parkman, diretor do grupo Marex Spectron, de Londres. “Não há evidência de que a demanda global vá diminuir. A tendência surpreendente do ano passado ainda está valendo”.

O mercado global de fabricação de chocolates aumentou 2,5% nos nove meses anteriores a abril, revertendo uma queda de 2,2% um ano antes, aponta relatório da indústria franco-belga Barry Callebaut, maior processadora de cacau do mundo, citando dados da consultoria Nielsen. Uma alta procura pela manteiga de cacau, ingrediente essencial dos chocolates, associada a preços relativamente baixos do fruto, fizeram que as margens de lucro atingissem seu auge, em mais de uma década.

O processamento de cacau nos Estados Unidos foi o mais elevado desde 2014 e, na Ásia, o maior desde 2012, segundo as estatísticas das associações de fabricantes, compiladas pela Bloomberg. Globalmente, segundo o grupo Marex Spectron, o processamento de cacau aumentou 4% no terceiro trimestre, comparado a igual período do ano anterior. A estimativa leva em conta dados aproximados de regiões que não divulgam os índices de beneficiamento.

“Todos os relatórios sobre processamento mostraram números um pouco melhores do que esperávamos”, disse Parkman. “Estávamos menos otimistas porque os números já tinham subido bastante no ano passado”.

Os contratos futuros para entrega de cacau em dezembro chegaram a aumentar 1,7% na última sexta-feira. Em Nova York, os preços subiram 1,8%, atingindo o valor de US$ 2.183,00 a tonelada.

Apesar de a demanda se manter elevada, os especuladores estão apostando alto que os preços devem cair, visto que os primeiros carregamentos que chegam aos portos indicam uma safra cheia.

“É uma combinação de demanda elevada e de safra cheia”, diz Parkman.

Leticia Akemi/Gazeta do Povo
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