O governo da Nova Zelândia decretou falta crônica de mão de obra na principal região produtora de Kiwi do país, numa medida emergencial para tentar atrair turistas ao trabalho de colheita.
O decreto do Ministério do Desenvolvimento Social neozelandês facilita a conversão dos vistos de turismo para de trabalho no período de pico da safra, entre 7 de maio e 8 de junho. Agricultores da região de Bay of Plenty alertaram que precisam de pelo menos mais 1.200 trabalhadores para evitar que as frutas apodreçam no campo, após uma safra recorde.
É a primeira vez, em dez anos, que o governo baixa um decreto para enfrentar o déficit de mão de obra na região. Segundo o representante do Ministério, Mike Bryant, o quadro se agravou devido à combinação da safra recorde de kiwi com uma menor presença de estudantes internacionais e baixos índices de desemprego. O volume da produção também cresceu em função de um maior controle da doença PSA, conhecida como cancro bacteriano do kiwi.
“Após a quebra causada pela PSA, a produção vem crescendo continuamente e continuará a crescer. Até agora, um terço da safra deste ano foi colhida e encaixotada. No entanto, estamos entrando na fase mais aguda e precisamos de muita gente para ajudar com o trabalho”, disse Bryant.
A previsão é que a Nova Zelândia deve colher 142 milhões de caixas de kiwi neste ano, 19% a mais do que as 120 milhões de caixas da safra anterior. A variedade SunGold, que ocupa 44% da área plantada, tem uma curta janela de colheita e exige intensa utilização de mão de obra.
“Há uma enorme demanda para colheita manual e para ajudar no empacotamento. Ao reconhecermos oficialmente a falta de mão de obra, pessoas do exterior com vistos de turista poderão preencher formulários para trabalhar nos campos”, acrescentou Bryant.
Segundo o jornal inglês The Guardian, há 6.000 desempregados na região de Bay of Plenty que poderiam muito bem dar conta das 1.200 vagas para colheita. No entanto, como o trabalho é pesado e paga salário mínimo de NZ$ 16,50 a hora (cerca de R$ 41,00), muitos neozelandeses não se dispõem a sair de casa, incluindo aqueles que recebem benefícios sociais do governo. Diante da previsão de novas safras recordes, o setor privado e o governo discutem como melhorar as relações de trabalho, tornando a tarefa da colheita mais atrativa para os moradores locais.
Mais informações sobre o processo de conversão do visto de turista na Nova Zelândia em visto de trabalho, por até seis semanas, estão no seguinte link, em inglês:
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast