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No Paraná

O verão nem acabou, mas alerta de geadas já começou

Milho queimado pela geada é um dos riscos que os agricultores devem enfrentar na segunda safra deste ano | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Milho queimado pela geada é um dos riscos que os agricultores devem enfrentar na segunda safra deste ano (Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO)

O plantio da segunda safra de milho está praticamente encerrado no Paraná. Com ele, durante o desenvolvimento das plantas, chega também um perigo que afeta lavouras e municípios: o aumento das chances de geadas e chuvas irregulares devido ao fenômeno climático La Niña, que ocorre neste ano.

“Isso deve continuar influenciando o clima no outono e no inverno. O verão, com exceção dos últimos dias, não foi tão quente, por exemplo. Temos períodos curtos em que chove muito. E o frio também chega mais cedo”, prevê Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia.

O especialista explica que os riscos passam a se intensificar a partir do fim de maio. “Como a safra está atrasada, teremos mais áreas suscetíveis aos riscos de geadas principalmente em junho e julho”, destaca. As lavouras mais ameaçadas são as do Oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul, na avaliação de Lazinski.

Status da safrinha

O último levantamento do Departamento de Economia Rural do Paraná, no dia 13, indicava 86% do plantio do milho safrinha concluído. “Agora, já devemos estar em uns 90%, faltando apenas o Norte”, afirmou nesta quinta (15) Edmar Gervásio, analista do Deral.

O atraso na safra de verão - devido às secas do último trimestre de 2017 - foi o motivo do adiamento do cultivo da safrinha. “Com o ciclo se alongando em 10 ou 20 dias, o risco climático é maior. E isso pode influenciar o desenvolvimento da planta”, afirma o analista. Ele identifica ainda outro problema: a concentração de plantio.

Gervásio explica que a janela menor de cultivo obrigou os agricultores a concentrarem a semeadura. “Se um produtor plantava 1 mil hectares em uma semana, ele acaba plantando 2 mil”, exemplifica. Isso faz com que uma área maior esteja mais exposta a um período de geada ou forte chuva, o que pode comprometer a produtividade.

Produtores buscam proteção

Com o risco iminente, cada vez mais produtores estão buscando o seguro rural para a segunda safra de milho. Mesmo com uma área plantada 11% menor do que no ano passado no Paraná, segundo o Deral, a busca pelo seguro subiu 20% na Sancor Seguros.

“O produtor tem essa percepção e o seguro minimiza o risco. Ele sabe que a qualquer momento pode acontecer um imprevisto”, afirma Everton Todescatto, gerente comercial da Sancor no Paraná. O estado é o maior contratante do seguro agrícola da empresa na segunda safra, com 80% dos contratos.

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