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Ferrovias e portos

Paraná investe em modal ferroviário para aumentar escoamento da produção

Novo terminal ferroviário é inaugurado no Porto de Paranaguá (Foto: Claudio Neves)

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O investimento em modal ferroviário no Porto de Paranaguá e pelo Governo do Paraná é uma meta imprescindível para transformar o estado no principal hub logístico da América Latina. E as ações nesse sentido já começaram logo no início do ano. Primeiro foi o Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário (GT Ferrovias) que fez, na terça-feira (9), a primeira visita técnica ao Porto de Paranaguá. A comitiva conheceu os projetos que a Portos do Paraná desenvolve para aumentar a participação dessa matriz modal no transporte de carga.

Na sequência houve a inauguração do novo desvio ferroviário da Cotriguaçu, um dos onze terminais que integram o Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá. O investimento privado na remodelação foi de R$ 8 milhões vai ao encontro do Plano Estadual Ferroviário e dos projetos da Portos do Paraná para ampliação da capacidade e participação do modal no transporte de carga.

“A questão ferroviária é primordial. Os projetos em desenvolvimento pelo GT do Plano Estadual Ferroviário casam muito com o que estamos desenvolvendo no Porto de Paranaguá. O interesse em fomentar o modal ferroviário é recíproco”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Os projetos em desenvolvimento pela Portos do Paraná preveem transporte de 20 milhões de toneladas de graneis sólidos de exportação somente por ferrovia. “Teremos, em médio e longo prazo, duas moegas exclusivas para descarga ferroviária: uma no corredor leste, outra no oeste, compartilhadas, que alimentam os terminais via aérea por correias transportadoras”, afirmou Garcia.

Para o engenheiro Luiz Henrique Fagundes, coordenador GT Ferrovias, o porto é peça fundamental no processo por que sem ele não se chega ao cliente final. “A ferrovia vai conectar o setor produtivo com o porto e, consequentemente, o cliente final. Se não tiver uma integração entre os modais, não adianta ter um braço forte e outro não. É preciso integrar e balancear.”

Segundo o diretor-geral da Ferroeste, André Gonçalves, o objetivo principal é chegar ao Porto de Paranaguá com eficiência, com velocidade e com uma capacidade de carga muito maior do que a que se faz hoje. “O Oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai são regiões de produção agrícola e agroindustrial muito fortes, que precisam melhorar sua eficiência logística e o Porto pode dar suporte a toda essa capacidade de transporte que queremos trazer para cá”, analisou.

Integração com MS

A grande integração da nova ferrovia no Estado é com o vizinho Mato Grosso do Sul (MS). Também na comitiva, o assessor de Logística da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul, Lúcio Lagemann, afirmou que o volume da produção sul-mato-grossense a ser escoada pelo Porto de Paranaguá é grande. “A integração que o Mato Grosso do Sul deseja, através da Ferroeste, é uma melhoria na logística com um custo benefício tanto para o nosso produtor quanto para os nossos importadores. A gente acredita que esse projeto em desenvolvimento pelo Estado do Paraná, até o Porto de Paranaguá, é o que vai dar mais competitividade levando desenvolvimento para o nosso produtor, levando desenvolvimento, emprego e renda para o nosso Estado”. Segundo Lagemann, 60% da produção agrícola do MS é exportada pelo Porto de Paranaguá. “Fiquei surpreso com a infraestrutura portuária de Paranaguá.

Futuro

Um dos projetos futuros é o chamado Asa Leste, que visa ampliar ainda mais a produtividade e participação do modal ferroviário no transporte de carga do segmento (Graneis Sólidos de Exportação).

Localizado em uma área pública no Corredor Leste, entre os terminais da Cotriguaçu e Rocha, o Asa Leste será um novo pátio para composições maiores e melhor distribuição para os terminais. O projeto é da Rumo, em parceria com a Portos do Paraná e os dois terminais. Funcionará como um “pulmão”, dando mais fôlego, eficiência e celeridade à distribuição dos vagões para descarga – otimizando as manobras internas.

Novo Ramal

Segundo o gerente-geral do terminal portuário da Cotriguaçu em Paranaguá, Rodrigo Buffara Farah Coelho, a empresa fazia a descarga de 80 vagões por dia – de soja, milho e farelos. “Com a remodelação ferroviária, este ano a descarga deve chegar a 150 vagões/dia. Atualmente a participação do modal ferroviário nas nossas operações é de 35%. Nossa meta é equalizar os modais rodoviário e ferroviário em 50% cada, assim garantimos mais competitividade para os nossos clientes”, disse.

O GT Ferrovia

O grupo trabalha vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes. Além de representantes da Secretaria, integram o GT a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná, Ferroeste, Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), TPF Engenharia, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Semagro/MS, e Secretaria de Apoio ao Licenciamento Ambiental e a Desapropriação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do Governo Federal.

Entre os projetos em foco estão a expansão, em até 1.371 quilômetros, de uma nova ferrovia entre Maracaju (MS) e Cascavel (PR); a revitalização do atual trecho ferroviário entre Cascavel a Guarapuava; a construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá; além da construção de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.

O cronograma do Grupo prevê que os estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) estejam prontos até o final deste ano.

“Os trabalhos estão indo muito bem. Além da expansão da Ferroeste, estamos criando um ambiente de negócios voltado ao desenvolvimento de um modal ferroviário sustentável a longo prazo. Vamos criar um marco regulatório diferente, mais moderno. A grande meta é transformar, realmente, o Paraná em um Hub Logístico”, comenta Luiz Henrique Fagundes, coordenador GT Ferrovias.

Isso é parte de um processo onde, segundo Fagundes, todo o modal logístico está sendo revisto, no Paraná. “Tudo isso vai acontecer até 2022”, conclui o coordenador do GT.

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