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Acordo com EUA eleva exportação de carne em US$ 900 milhões

O acordo fechado na semana passada nos Estados Unidos permite que o Brasil passe a exportar carne bovina in natura para os EUA. | /
O acordo fechado na semana passada nos Estados Unidos permite que o Brasil passe a exportar carne bovina in natura para os EUA. (Foto: /)

As exportações brasileiras de carne bovina in natura poderão crescer cerca de US$ 900 milhões no longo prazo, após a abertura do mercado dos Estados Unidos, ao final de um processo de negociação que levou 17 anos. Foi o que informou ontem o ministro das Relações Exteriores, José Serra, em cerimônia no Palácio do Planalto para comemorar a medida. “Nesses 80 dias fizemos coisas boas no governo e a principal foi escolher os ministros”, disse o presidente em exercício, Michel Temer, após elogiar o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

Para o titular da Agricultura, a abertura do mercado americano dá oportunidade de negociações para a carne brasileira com outros países, como Japão, Coreia e Canadá. Ele disse que em setembro planeja uma viagem para a Ásia que pode abrir mercados. “No mês de setembro temos uma viagem para a Ásia; vamos ficar 20 dias na região. Será uma missão de empresários, liderados pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), e esperamos que possamos fechar e prospectar negócios”, disse.

Presente ao evento, a embaixadora dos Estados Unidos, Liliana Ayalde, que fez a troca de cartas de reconhecimento de equivalência dos controles oficiais de carne bovina entre os dois países, disse que Brasil e EUA são os maiores países em produção agrícola e que têm os mesmos desafios. “Acho que em conjunto podemos fazer muito”, afirmou. Segundo ela, os dois países têm “uma gama de áreas” que estão sendo trabalhadas em conjunto para identificar onde é possível retirar barreiras burocráticas.

Cota

O acordo fechado na semana passada nos Estados Unidos permite que o Brasil passe a exportar carne bovina in natura para os EUA, dentro de uma cota de 64,8 mil toneladas por ano. O Brasil deverá disputar essa cota com outros países. Vendas acima dessa cota pagarão uma taxa de 26%.

Mercado grande e exigente, os Estados Unidos só importavam, até agora, carne industrializada e aquela produzida em Santa Catarina, Estado que não precisa de vacinas para controlar a febre aftosa. Com o acordo, poderá ser embarcada carne produzida em outros Estados, desde que eles cumpram os requisitos técnicos e sanitários exigidos nos acordos.

Maggi acredita que o País chegará a exportar cerca de 60 mil toneladas no ano que vem. Em 2015, as compras feitas pelos americanos somaram US$ 286,8 milhões, considerando apenas as carnes industrializadas. A expectativa da área técnica é que os primeiros embarques ocorram em 90 dias. Mas o ministro disse acreditar que o prazo será antecipado.

“A partir do momento das publicações, já está liberado para trânsito de mercadorias do Brasil para os EUA e dos EUA para o Brasil”, disse o ministro Blairo Maggi. “Estabelecemos prazo inicial de 90 dias, mas me parece que com documentação hoje entregue esse mercado ficará aberto muito rapidamente”.

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