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Em nota, o Mapa informou que a expectativa é que os embarques se iniciem dentro de 90 dias | CELSO MARGRAF/CELSO MARGRAF
Em nota, o Mapa informou que a expectativa é que os embarques se iniciem dentro de 90 dias| Foto: CELSO MARGRAF/CELSO MARGRAF

O acordo firmado na semana passada entre o Brasil e os Estados Unidos para a liberação da entrada de carne bovina in natura brasileira no mercado americano promete beneficiar o Paraná ao dar mais impulsiono as exportações do setor . Somente de janeiro a junho de 2016, o estado já exportou 17.414 toneladas de carne bovina, 124% mais do que o volume registrado no mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 7.768 toneladas.

De acordo com o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz, o acordo é importante porque os Estados Unidos são uma vitrine quando se trata de avaliar condições sanitárias e serve de referência para outros mercados. “Para o Paraná representa a chance de elevar as exportações para mercados que pagam mais pela carne. Trata-se de um certificado de que a carne brasileira segue padrões sanitários confiáveis”, afirmou.

A entrada da carne bovina brasileira in natura nos EUA coloca fim a uma negociação que se arrastava desde 1999 e promete gerar exportações de US$ 900 milhões para o Brasil, de acordo com projeção do Ministério da Agricultura , Pecuária e do Abastecimento (Mapa). “A imagem do Brasil em relação à sanidade melhorou muito nos últimos anos. Além disso, há quatro anos e meio não há registros de aftosa nas Américas”, lembra Kroetz.

Em nota, o Mapa informou que a expectativa é que os embarques se iniciem dentro de 90 dias. A modalidade de habilitação será por “pré-listing”, isto é, os governos brasileiro e americano poderão indicar a lista de estabelecimentos para a exportação.

Kroetz reforça que o Estado vem se preparando há cerca de quatro anos para conquistar mercados mais cobiçados como o norte-americano para a carne bovina. “A medida é para comemorar porque fortalece toda cadeia da carne, desde o produtor, indústria e comércio paranaenses e o Estado ganha em divisas e geração de empregos com a conquista de novos mercados”, disse Kroetz.

O acordo firmado é bilateral. Com ele, os EUA passam a importar carne bovina in natura também de estados onde o gado é vacinado contra febre aftosa, como é o caso do Paraná. Ao mesmo tempo, o Brasil vai importar carne dos EUA, que registrou casos de vaca-louca nos últimos anos.

O Brasil vai exportar carne fresca, principalmente cortes dianteiros, e vai importar cortes traseiros, considerados premium. O país poderá participar de uma cota que prevê o envio de até 65 mil toneladas de carne in natura para os EUA. Ainda não há estimativa sobre a participação do Paraná nesse volume.

Até então, o Brasil exportava apenas carne bovina industrializada para os EUA, com vendas de US$ 286,8 milhões em 2015, de acordo com o Ministério. “O Brasil poderá exportar carne fresca ou refrigerada, com foco em cortes dianteiros, usados para a produção de hambúrguer, e, portanto, com preços mais elevados”, explica Kroetz. “O Paraná tem hoje frigoríficos habilitados e com condição para exportar para os EUA. Mas a medida beneficia a todos, porque mesmo aquele frigorífico que não exporta para os americanos pode vir a enviar para outros mercados”, diz.

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