BRASÍLIA - Países que suspenderam as compras de carne do Brasil após a deflagração da operação Carne Fraca, pela Polícia Federal, exigiram a redução do preço dos produtos para voltar a importar do mercado brasileiro, informou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura, Baliro Maggi. O ministro disse que “quase todos” os países tomaram essa medida, mas os produtores brasileiros serão capazes de recuperar os preços.
“Houve inicialmente um embargo, um susto muito grande. E na retomada alguns compradores tentaram diminuir nossos preços. Mas nós temos também a capacidade de negociar. Vamos entregar os preços mais baixos agora e na sequência a gente recupera os preços”, afirmou Maggi.
O ministro citou como exemplo Hong Kong, em que algumas empresas pediram redução de até 5% nos preços das carnes suínas. O país foi o segundo maior importador da carne brasileira em 2016, com compras de US$ 1,51 bilhões. Após 50 dias da deflagração da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades na produção e fiscalização de frigoríficos brasileiros, o Brasil ainda enfrenta embargos.
Balanço divulgado pelo ministério nesta quarta-feira aponta que 13 países ainda têm suspensão total das importações da carne nacional (a maioria na América Central e Caribe). Outros 57 países têm inspeção reforçada ou suspensão parcial da carne brasileira. Três ainda estão analisando as medidas adotadas pelo Brasil.
Como parte dos esforços do governo federal para a retomada total das vendas de carnes nacionais, o ministro inicia nesta semana mais uma viagem internacional. Desta vez, as visitas serão para o Oriente Médio.
— As associações já viajaram, fizeram vários churrascos. Agora eu vou ao Oriente Médio para conversar com os nossos grandes compradores principalmente de aves. É uma viagem de 10 dias para levar a esses países o compromisso que o Brasil de fazer uma boa pecuária — disse o ministro.
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