O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (21) que a “Operação Carne Fraca” deflagrada na última sexta-feira, pela Polícia Federal, causou “embaraço econômico” para o País com um alarde que prejudica os produtores brasileiros. Ele reforçou que as irregularidades não afetam todos os frigoríficos nacionais e todos os servidores que fiscalizam a atividade. Temer comemorou ainda o fato de a Coreia do Sul ter desistido de barrar a carne brasileira.
“Não podemos deixar propagar impunemente um alarde que prejudica os produtores brasileiros”, disse em discurso durante conferência organizada pelo Council of The Americas em Brasília. “Tivemos grande alarde em relação à carne brasileira e, evidentemente, isso causa, não posso deixar de registrar, um embaraço econômico para o País”, argumentou.
O presidente contou ter recebido um telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último sábado e relatou que o mandatário americano se mostrou muito interessado nas relações comerciais entre os dois países. Temer lembrou que o Brasil exporta proteína animal para 150 nações, entre os quais os Estados Unidos.
“Temos até empresas lá estabelecidas. A carne brasileira é sempre muito enaltecida por quem tem o paladar para apreciá-la”, continuou Temer.
De acordo com o presidente, os problemas identificados na Operação Carne Fraca não alcançam a totalidade do setor produtor de carnes no Brasil e nem toda a estrutura de fiscalização do Ministério da Agricultura. Ele citou que, de 4.383 plantas de produção no País, apenas três tiveram atividades suspensas e 19 estão sendo investigadas. E de 850 mil lotes exportados, apenas 184 teriam precisado passar por reanálise.
“Houve uma pronta e eficaz ação do governo federal. E hoje tivemos uma boa notícia, já que a Coreia do Sul decidiu eliminar a suspensão de compra da carne brasileira, devido à essa pronta resposta das autoridades”, afirmou. “Se há desvios, eles devem ser apurados e servidores do Ministério da Agricultura foram dispensados ainda ontem”, acrescentou.