Raça angus em fazenda pecuária de Palmeira, nos Campos Gerais.| Foto: Marcelo Elias/gazeta Do Povo
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Por Paulo de Castro Marques*

O Brasil fecha 2012 com a produção de cerca de 9,5 milhões de toneladas de carne bovina. É o segundo maior produtor mundial, somente atrás dos Estados Unidos, que deve ficar o ano com algo em torno de 11,5 milhões/t.

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Um aspecto que chama a atenção entre os dois países é que os EUA têm perto de 100 milhões de cabeças e o Brasil o dobro. Qualidade genética e produtividade são os fatores decisivos nessa comparação.

Mas não se pode deixar de lado o modelo da cadeia produtiva. Nos Estados Unidos, mais de 90% dos bovinos são terminados em confinamento; no Brasil, em torno de 5%.

Fato é que a produtividade da pecuária norte-americana é duas ou três vezes maior que a brasileira. Aqui, na média, atingimos 0,7 UA (cada UA equivale a 200 kg de peso vivo por hectare). A boa notícia é que nas regiões mais eficientes a produtividade no Brasil alcança até 3 UA, atingindo - e até superando - o padrão dos EUA.

A pecuária brasileira chegou a um estágio sem retorno. É preciso avançar, pois a atividade mudou de patamar, tornando-se um negócio importante tanto para o suprimento da necessidade de proteína vermelha no país e em escala global quanto para a balança comercial brasileira.

Segundo a Abiec, o país deve exportar mais de US$ 5,5 bilhões em carne bovina este ano, atingindo 150 países. É um resultado excepcional, em que pese as barreiras em alguns países.

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Além disso, esse fluxo externo ajuda o pecuarista para a manutenção da arroba do boi gordo em patamares positivos. Os cerca de R$ 100,00/arroba praticados atualmente no Sudeste são expressivamente maiores do que há dois ou três anos e trouxeram uma certa tranquilidade para o produtor, que já pode planejar o seu negócio sem tantos sobressaltos.

Nesse sentido, indiscutivelmente o investimento em genética de boa qualidade é fator decisivo. Hoje, o pecuarista já sabe onde adquirir os seus reprodutores para reposição. Essa valorização dos fornecedores também possibilita a esses manter seus programas de seleção. Os ganhos são de todos.

Assim, cada vez mais projetos pecuários buscam touros de padrão superior para multiplicar a geração de bezerros, que crescerão rápido e estarão prontos para o abate mais cedo, alimentando a cadeia produtiva. Eis aí um processo que ajuda, e muito, a pecuária nacional a evoluir e se tornar cada vez mais forte.

Afinal, trata-se de uma indústria eficiente. Todos os elos devem funcionar corretamente para que o resultado final seja positivo para todos os envolvidos: selecionadores, pecuaristas comerciais, indústria, consumidor e o país.

 * Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa Branca Agropastoril.

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