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Depois de registrar uma onda de crescimento contínuo por 11 anos, a avicultura nacional recuou em 2012. O saldo final do setor, segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), apontou queda de 3,17% na produção em relação a 2011. O fato é justificado pela alta nos custos dos insumos – grãos de milho e soja, usados na alimentação das aves – e que pôs as empresas em crise, exigindo readequação nos abates para equilibrar oferta e demanda. Na contratendência, os números do Paraná mostram que o estado contornou a crise e melhorou seus indicadores, fato que estimulou os frigoríficos a continuarem investindo, uma aposta no crescimento do consumo e das vendas.

Os números da Ubabef consideram que foram produzidas 12,6 milhões de toneladas, puxadas sobretudo pelo Paraná, que respondeu por 29,7% dos abates no país. E embora o Brasil não tenha perdido a posição de maior exportador de aves (com 39,7% com comércio internacional), o valor das vendas caiu. As negociações somaram US$ 8,3 bilhões, 5,5% menos que em 2011. Considerando apenas frangos, foram R$ 7,7 bilhões, -6,6%. Para 2013, a Ubabef prevê alta de até 3% tanto na produção quanto nos abates de frango.

Paraná

O estado não reduziu a produção porque estava mais preparado para enfrentar a crise e, nos últimos meses de 2012, ampliou resultados, segundo Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). “O setor se reorganizou e voltou a ser vigoroso. Vamos conseguir produzir mais frango em 2013, e a preços compatíveis com o mercado”, avalia. Em 2012, houve alta de 7,8% nas exportações e de 0,9% nos abates, conforme relatório divulgado ontem.

Embora o mercado interno tenha respondido por 69% do consumo, a aposta de 2013 é aumentar os embarques para o exterior, prevê o presidente da Ubabef, Francisco Turra. “Neste ano, queremos melhorar a qualidade da exportação de carne de frango, com embarques de mais valor agregado”. Em 2012, os alimentos processados, mais caros, integraram apenas 5% da pauta de exportações, enquanto os cortes de frango representaram 55%.

Martins não acredita em uma nova alta nos custos, graças à perspectiva de safra recorde de grãos nesta temporada. “Há expectativa de crescimento na safra de grãos, então não deve haver escassez. A especulação ocorre quando existe a possibilidade de faltar produto”, explica. Ele também lamenta a quebra de empresas do setor devido à crise. “Se o governo tivesse dado apoio desde 2008, talvez nenhuma empresa tivesse ficado pelo caminho.”

Frigoríficos planejam expansão

Os problemas encarados pela avicultura em 2012 não tiram a confiança dos frigoríficos paranaenses. A GT Foods, de Maringá, registrou aumento nos abates, mesmo em um contexto de redução da oferta. “Em 2012 elevamos nossa produção por meio de parcerias com outras empresas. Saltamos de 320 mil para 400 mil aves”, explica o diretor, Rogério Gonçalves. Ele estima que até maio novas parcerias levem o número até 440 mil aves.

Gonçalves avalia que o investimento em infraestrutura e a abertura comercial para o mercado de varejo garantiram o crescimento da empresa mesmo em crise. Ele destaca que o grupo segue em busca de novos parceiros.

Domingos Martins, também diretor do Grupo Unifrango, destaca que a empresa saiu fortalecida da crise. Uma nova unidade de recebimento de produtos frigorificados já está em operação. Apesar disso, ele ainda é cauteloso na busca de novos parceiros. “Primeiro estamos fomentando a produção, modernizando nossa estrutura, para depois agir diante do mercado.”

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