Diplomata elabora plano de suspensão contratual

Os 1,1 mil empregados do abatedouro da Diplomata no município de Capanema, no Sudoeste do Paraná, terão a oportunidade de escolher pela suspensão do vínculo empregatício. No dia 2 de janeiro, a empresa irá apresentar o plano de Bolsa Qualificação. O funcionário que aderir ao proposta terá o contrato de trabalho suspenso e perderá o direito de receber o FGTS e o INSS. Porém, caso a empresa volte a operar – a planta está parada há uma semana – o grupo será recontratado imediatamente.

A proposta foi antecipada pela diretoria da empresa para uma comissão de funcionários em reunião realizada na manhã de ontem. Porém, no encontro não ficou definido como será realizado o pagamento dos salários atrasados dos meses de novembro e dezembro, além do 13° e as últimas três cestas básicas no valo de R$ 100 cada.

“Eles disseram que há R$ 6 milhões em uma conta no banco que seria para pagar os trabalhadores. Porém, outros credores também pediram esse dinheiro e está bloqueado pela justiça”, conta Vagner José Maciel dos Santos, um dos funcionários presentes na reunião.

A falta de pagamento está diminuindo o crédito dos empregados junto ao comércio local. Alguns supermercados da cidade estão deixando de vender ‘fiado’. Sem dinheiro, os trabalhadores optaram em realizar uma espécie de pedágio na BR-163, estrada que corta a cidade. Na primeira vez, na véspera do Natal, R$ 1,1 mil foram arrecadados. Outro pedágio está programado para começar hoje. “O pessoal está sem dinheiro para se alimentar”, afirma Santos.

MercadoriaDeste o início da semana, centenas de funcionários estão acampados em frente a empresa para impedir que 150 toneladas de frango não deixem o local. Segundo informações, parte da mercadoria estaria estragada por conta da falta de energia -- a Copel desligou a energia na última sexta-feira por falta de pagamento, mas o fornecimento foi restabelecido na noite de anteontem. Ainda de acordo com os funcionários, a empresa contratou os serviços de uma retroescavadeira para enterrar a carne que não poderá ser comercializada.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Diplomata disse que a companhia não irá se pronunciar sobre o assunto.