Em recuperação judicial desde agosto de 2012, o Frigorífico Diplomata busca parcerias para viabilizar R$ 30 milhões - valor necessário para reativar a unidade de abate de frangos em Capanema, no Sudoeste do Paraná. De acordo com o controlador da empresa, o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), alguns contatos de parcerias para viabilizar o negócio estão adiantados. Ele, porém, não deu detalhes das negociações.
Como o setor avícola ainda se recupera de uma crise, Kaefer diz que há possibilidades de firmar acordos financeiras com empresas de outros segmentos. O controlador afirmou que as expectativas para os próximos meses são boas. “Se nada der errado, na primeira semana de março voltaremos a alojar”, afirma. Alojamento é o período em que os pintinhos ficam nos aviários desde que são chocados até chegar à fase de abate.
No dia 31 de janeiro acontece, em Cascavel, cidade sede da empresa, uma assembleia com credores. “Tem um grupo tratando desse assunto, e ele vai levar a nossa proposta”, afirma Kaefer. No total, entre grandes e pequenos, há mais de três mil credores da Diplomata, boa parte composta de avicultores que entregaram seus lotes de produção à empresa.
O avicultor Gelso Guerra é um dos credores, com R$ 74 mil a receber. Ele diz que a situação está insustentável. “Está todo mundo sem dinheiro, sem saber para onde correr. Para ser bem sincero, eu estou migrando para outra empresa”, afirma. Guerra não acredita na recuperação da empresa e diz ter dúvidas sobre o recebimento de seus créditos.
Impacto da crise
A crise na Diplomata, que tem dívida de aproximadamente R$ 600 milhões, afeta de forma direta ou indireta 14 municípios do Sudoeste do Paraná. Na tarde de segunda-feira (14), 12 prefeitos participaram de uma reunião realizada em Capanema para discutir uma solução à crise. Kaefer e o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, participaram do encontro.
De acordo com a prefeita de Capanema, Lindamir Denardin (PSDB), praticamente metade da arrecadação do município tem origem em impostos gerados de forma direta ou indireta pelo frigorífico. Os cerca de 800 trabalhadores da unidade estão sem receber os vencimentos de dezembro e o 13º salário. “É uma dificuldade muito grande”, resume a prefeita.
Na semana passada, um turno da empresa voltou a funcionar para abater as aves que estavam alojadas, mas a expectativa é de que, até o final de semana, os trabalhos sejam paralisados novamente, já que os avicultores deixaram de alojar.
No encontro com os prefeitos, Ortigara descartou a possibilidade do governo do Estado investir recursos públicos ou, mesmo, com fundo de aval.
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