O grupo GT Foods foi à Justiça pedir a recuperação judicial da empresa. O conglomerado está em 10 cidades do interior do Paraná e possui sede em Maringá, no Noroeste do estado. A companhia é responsável pelas marcas Canção, Gold Frango, Canção Alimentos, Bellaves e Mister Frangos. A informação foi divulgada pela própria organização em uma nota na última quarta-feira (10).
O que é recuperação judicial
O pedido de recuperação judicial ocorre quando uma empresa perde a capacidade de pagar suas dívidas. Com o recurso na Justiça, a intenção de quem faz o pedido é redesenhar os negócios, chegar a um plano de como sair da situação crítica e evitar a falência.
No documento, a companhia culpa o “aumento excessivo do custo de produção avícola, com especial destaque para o preço das commodities como milho e soja (base para a alimentação do frango).” De acordo com a nota, a diminuição do consumo, com a crise econômica nacional e o atual cenário político, “foram determinantes para que fosse tomada essa decisão.”
A empresa defende que a “recuperação judicial é uma medida que visa a auxiliar a preservação da companhia, a sua função social e o estímulo à atividade econômica.” A organização acrescenta que possui as condições necessárias para “honrar seus compromissos” e que assim que transcorrerem “os prazos legais e judiciais, apresentará o seu plano de reestruturação.
O grupo possui cerca de 11 mil funcionários, distribuídos em 26 unidades industriais com o abate de 750 frangos por dia. A empresa possui na exportação boa parte dos seus números, com 90 países na lista de compradores. O faturamento da empresa chegou a R$ 1,4 bilhão em 2014.
Dívida milionária
A companhia não detalhou no comunicado as dívidas que levaram ao pedido de recuperação judicial. A redação, no entanto, apurou com fontes próximas à empresa que a GT Foods tem empréstimos de mais de R$ 300 milhões em instituições financeiras. Desse valor, cerca de R$ 100 milhões teriam sido contratados junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e R$ 200 milhões em grandes bancos. Haveria ainda um valor de R$ 30 milhões obtidos junto ao Banco Regional do Desenvolvimento do Extemo Sul (BRDE).
Dois frigoríficos já fecharam no PR em 2016
O Paraná já teve outros dois frigoríficos grandes fechados em 2016. O primeiro deles foi uma unidade da empresa Averama, em Umuarama, que empregava 1,5 mil pessoas. O segundo caso ocorreu em Cascavel, no Oeste do Paraná, no frigorífico Globoaves, onde trabalhavam 1,8 mil pessoas.
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