A avicultura de postura, segmento voltado à produção de ovos, aproveita o momento de preços 30% maiores em relação a 2012 para articular a expansão da atividade. As granjas voltaram a equilibrar as contas após uma crise causada pela disparada nos preços dos insumos que servem de base para a ração das galinhas. Ao mesmo tempo em que recupera a rentabilidade, o setor reforça os investimentos em tecnologia como prevenção a novas desvalorizações e crises.
Principais ingredientes na alimentação animal, soja e milho tiveram significativa alta em 2012, o que acabou pesando no bolso dos donos de granjas. Elas chegaram a trabalhar no vermelho, com prejuízo, afirma Arnaldo Cortez, presidente da Associação Paranaense de Avicultura (Apavi). Em setembro do ano passado, a oleaginosa rompeu a barreira de R$ 70 pela saca de 60 quilos, enquanto o cereal chegou a R$ 27 por saca. Em paralelo, o lote de 30 dúzias de ovos caiu para menos de R$ 50, conforme levantamento da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (Seab). O Paraná é o sexto maior produtor do país, com 21 milhões de dúzias por mês.
Para evitar maiores prejuízos, o setor aumentou descarte de matrizes, reduzindo a disponibilidade de galinhas para a produção de ovos. “As aves mais velhas produzem menos, então não compensava mantê-las nas granjas”, explica Cortez.
A queda no número de animais pressionou os preços, mas a valorização esperada veio somente em fevereiro deste ano. Com uma alta de 20%, a dúzia rompeu a barreira de R$ 4 em algumas regiões, quase o dobro do valor pago pelo quilo do frango vivo ao produtor (R$ 2,43). O lote de 30 dúzias chegou a R$ 70. O O ciclo de produção de ovos é considerado longo, isso adia também a retomada dos lucros. Entre o nascimento dos pintainhos e a produção do primeiro ovo percorre-se são 120 dias.
Acomodação
Após a alta de dois dígitos, os preços começam a sofrer nova acomodação. Conforme a Seab, a dúzia caiu em média 9% na comparação entre agosto e setembro. No setor, a perspectiva é de que a queda continue até o final do ano, graças à reposição das matrizes. “A atividade é cheia de altos e baixos”, resume Cortez. Ele estima que o estado tem potencial para alojar um milhão de animais a mais aproveitando apenas a capacidade que está atualmente ociosa nas granjas.
Como preparação para o ciclo de baixa, proprietários de granjas reforçam o investimento em tecnologia para obter ganho operacional. “Até dezembro vou recuperar as perdas da crise e nos próximos três anos quero investir R$10 milhões em automatização“, estima Cláudio Casagrande, dono de um aviário com 200 mil aves em Campo Magro (Região Metropolitana de Curitiba). “Quem não se modernizar vai ficar em desvantagem”, acrescenta. Pouco mais da metade das aves é criada em estruturas que coordenam a produção de ovos automaticamente, desde a alimentação até as caixas destinadas ao supermercado.
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