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Audiência expõe racha quanto ao fim da vacinação contra febre aftosa no Paraná

Parlamentares e representantes do setor discutiram viabilidade de área livre sem vacinação. | Aniele Nascimento / Gazeta Do Povo
Parlamentares e representantes do setor discutiram viabilidade de área livre sem vacinação. (Foto: Aniele Nascimento / Gazeta Do Povo)

O reconhecimento do Paraná como área livre da febre aftosa sem vacinação motivou a realização de uma audiência publica nesta segunda-feira (11) na Assembleia Legislativa do estado. Políticos, autoridades e representantes do setor colocaram o tema em debate, apresentando diferentes perspectivas sobre a medida. Ainda não há unanimidade sobre a ação.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) se posiciona favorável a questão. O presidente Agide Meneguette lembrou que há um esforço desde 1994 para garantir avanços em sanidade. "É um processo que leva anos e essa discussão equivale a mais uma etapa. Mas trata-se de uma medida favorável ao setor, pois hoje não alcançamos os grandes mercados, que pagam mais”, avalia.

Parlamentares se posicionaram contrariamente a questão. O deputado estadual Marcio Nunes (PSC) argumenta que o ganho momentâneo com a área livre pode resultar em perdas futuras. "Nesse momento sou contra a área livre sem vacinação. Acho que há um risco muito grande, pois há entrada de gado por estados e países vizinhos e isso pode acarretar em contaminação." O deputado Fernando Scanavaca (PDT) reforçou que há intensa importação de animais de outras regiões, o que poderia representar risco de desabastecimento caso o fluxo seja cortado.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni, diz que a restrição também limitaria avanços genéticos. "Para a genética quanto mais livre for a interação entre os animais, melhor, pois há mais possibilidades de cruzamento", aponta.

O Secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, defendeu ativamente a busca do status de área livre sem vacinação. Para ele a pecuária estadual precisa de um “tranco” para continuar viável. "No nosso entendimento a hora é agora, porque na pratica já estamosmos livre da aftosa. É uma chance ímpar para impulsionar a produção", aponta.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apenas monitora a questão. Conforme o superintendente federal da entidade, Gil Bueno de Magalhaes, a entidade vai aguardar a solicitação do estado para receber o status de área livre, e então executar as auditorias necessárias. O Paraná apresentou o pedido na semana passada, mas o Mapa ainda não estima uma data para fazer as primeiras avaliações. Ele minimiza a demanda por uma liberação em bloco. "Se ocorrer algum problema em outro estado o Paraná não sofreria nenhuma sanção”, diz.

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