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O governo brasileiro espera que a Coreia do Sul, Japão, China, África do Sul, Arábia Saudita e Egito revoguem antes de março de 2013 o veto às importações de carne bovina relacionadas ao caso da "vaca louca", informou neste sexta-feira (21) o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério de Agricultura, Enio Marques. 

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"Passada essa data limite", as autoridades brasileiras apresentarão uma "queixa formal", declarou Marques em uma entrevista coletiva realizada na Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). 

A reunião, realizada em Paris, ocorreu dois dias depois que o governo brasileiro manteve um encontro em Genebra com representantes diplomáticos dos principais países importadores de carne bovina para esclarecer o caso da EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), mais conhecida como o mal da vaca louca, anunciado há duas semanas.

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 Apesar da confirmação do EBB "não clássico" em uma fêmea, que morreu em 2010 em uma fazenda do Paraná - no primeiro caso do país -, a OIE mantém o Brasil na categoria de país com risco "insignificante". 

Segundo o diretor-geral da OIE, Bernard Vallat, o sistema de detecção e prevenção do Brasil funciona corretamente e não se justifica nenhuma mudança de sua estimativa de risco. 

"O Brasil já demonstrou sua capacidade em detectar a doença", ressaltou Vallat, que acrescentou que "com 250 milhões de cabeças (de bovino) não se pode mudar o estatuto de um país sem uma mudança muito grande da situação". 

Vallat argumentou que os países que vetaram temporariamente as importações brasileiras têm direito a fazê-la durante um período que "deve ser curto", enquanto estiverem recebendo mais informação a respeito.

Os supervisores brasileiros não tiveram consciência da existência de um caso "suspeito" até junho de 2012, já que o animal afetado não estava no grupo de risco prioritário por não apresentar os sintomas clássicos dessa doença e pelo fato da primeira análise microscópica revelar um resultado negativo para EEB. 

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"Após a confirmação do caso através de análise suplementares, em dezembro de 2012, a OIE foi notificada imediatamente", agregaram os membros da delegação brasileira, que qualificaram o fato como "pontual" e "casual".

O principal responsável da OIE destacou que "a doença está em vias de desaparecimento no mundo", com seis casos detectados em 2012, e qualificou o episódio brasileiro como "uma gota d'água no oceano".

Em relação à restrição das exportações brasileiras nesses seis países, Marques indicou que o impacto causado é "muito pequeno", já que 86% da carne bovina produzida no Brasil é destinada ao mercado interno.

No entanto, o Brasil é o segundo exportador de carne bovina do mundo, com vendas de 1,02 milhões de toneladas, entre carne "in natura" e industrializada, de janeiro a outubro deste ano.

Dos seis países que suspenderam as compras, só o Egito figura entre os grandes importadores, mas, como seu embargo se restringe somente à carne procedente do Paraná, o alcance da medida é considerado irrelevante pelas autoridades.

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