Uma variedade atípica da doença da Vaca Louca foi identificada em um animal de 11 anos no estado americano do Alabama, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) .
Segundo nota do USDA, o caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) foi detectado durante fiscalização de rotina em um mercado de boi gordo. A vaca foi isolada do rebanho que seguiria para o abate e “em nenhum momento” representou risco à segurança alimentar, disseram as autoridades nesta terça-feira, (18). A variedade atípica se diferencia dos casos clássicos de EEB relacionados ao desenvolvimento em humanos da doença de Creutzfeldt-Jakob (caracterizada por um quadro de demência rapidamente progressiva).
Nos quatro casos de EEB já registrados nos Estados Unidos, um deles, no estado de Washington, em dezembro de 2003, era do tipo clássico e ocorreu numa vaca importada do Canadá. O caso abalou os mercados globais de proteína animal e levou diversos países a banir a importação de carne bovina dos Estados Unidos. Somente em junho último a China reabriu seu mercado ao bife americano.
Colin Woodall, vice-presidente para Assuntos Governamentais da Associação dos Criadores de Carne Bovina dos Estados Unidos, disse que o anúncio do USDA provavelmente não afetará o comércio internacional, já que outro caso atípico registrado anteriormente também não impactou as exportações.
“Não esperamos qualquer restrição de nossos parceiros comerciais, mas é uma situação à qual ficaremos muito atentos”, disse por telefone Joe Schuele, porta-voz da Federação dos Exportadores de Carne Bovina, com sede em Denver. “Nossa Federação concorda com a conclusão do USDA de que se trata de um caso atípico, que não deve mudar nosso status sanitário na Organização Mundial de Saúde Animal”, afirmou Schuele.
O Ministério da Agricultura da Coreia do Sul informou que, de imediato, aumentará o rigor das medidas de quarentena impostas à carne americana, apesar de não importar de frigoríficos do estado do Alabama. Quanto ao Japão, o vice-diretor da Divisão de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Yosuke Yamake, disse por telefone que o país já adota medidas de prevenção à entrada do mal da Vaca Louca e que, sendo um caso atípico, não há necessidade de ação adicional.
A Divisão de Supervisão e Inspeção de Alimentos da China foi procurada mas não se manifestou.
Para Brett Stuart, da consultoria Global AgriTrends, de Denver, se por um lado o caso clássico de Vaca Louca de 2003 “chocou o mundo e levou ao bloqueio de inúmeras exportações”, desde então a indústria tomou inúmeras providências para assegurar que a carne de um animal infectado jamais chegue à cadeia alimentar humana.
Na Bolsa de Chicago, os contratos para entrega em outubro caíram 1,4%. Em dezembro de 2003, após o relato do caso clássico de Vaca Louca, os contratos despencaram 21%.
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