A exportação de carne bovina in natura e processada apresentou em setembro o melhor desempenho mensal do ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
O resultado foi impulsionado pelo aumento nas compras de grandes parceiros comerciais, como China, Hong Kong e Venezuela. No mês passado, os exportadores embarcaram 117.598 toneladas, avanço de 4,6% ante agosto e quase estabilidade (-0,36%) em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento somou US$ 518 milhões e superou a receita do mês anterior em 4%, mas ficou 7,8% abaixo do obtido em setembro de 2014.
No acumulado do ano, os embarques de carne bovina somam 976.965 toneladas, quando em 2014, no mesmo período, já totalizavam 1,152 milhão de toneladas - o que representa uma queda de 15,2%. As receitas cambiais ficaram em US$ 4,214 bilhões este ano, em comparação com US$ 5,271 bilhões no ano anterior, uma baixa de 20%.
Os dados compilados pela Abrafrigo indicam que 86 dos parceiros comerciais do Brasil tiveram desempenho comparativo negativo nos nove primeiros meses do ano, reduzindo embarques. Outros 58 destinos ficaram estáveis ou aumentaram compras no período.
No mês passado, a China continuou a acelerar o ritmo de compras do Brasil. A porção continental chinesa importou 16.194 toneladas, 27,4% mais que em agosto. Hong Kong, a província semiautônoma do país, também aumentou seus volumes, passando de 12.592 toneladas em agosto para 17.008 toneladas em setembro (+35%).
O melhor desempenho, porém, não fez com que Hong Kong ampliasse importações no acumulado do ano. Pelo contrário, a província negociou 182 mil toneladas entre janeiro e setembro, 36,6% a menos. Já os embarques à China totalizam 44 mil toneladas no acumulado do ano, sem base comparativa, visto que o mercado só foi reaberto ao Brasil em junho.
A Venezuela também comprou mais carne bovina em setembro: 11.640 toneladas (+80% no comparativo mensal). O país, no entanto, continua em queda no acumulado de 2015, com retração de 36,5%, a 76,25 mil toneladas.
A Venezuela, como a Rússia, tem cortado volumes este ano como reflexo da queda nos preços do petróleo, produto que tem grande peso em sua balança comercial. Em setembro, a Rússia importou 10.770 toneladas de carne bovina do Brasil, 25,6% a menos que em agosto. No ano, os russos compraram 136.743 toneladas, volume 46% menor que o do mesmo período de 2014.
O Egito tem sido alternativa para o mercado russo e os volumes destinados ao país têm aumentado este ano. A nação africana importou 146.598 toneladas entre janeiro e setembro, 42,6% a mais que nos primeiros nove meses do ano passado. Em setembro, os embarques somaram 19.245 toneladas (+6,5% ante agosto).
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