Materiais genéticos do rebanho zebuíno brasileiro como embriões in vitro, bovinos vivos e sêmen serão exportados para novos países da América do Sul, Ásia e África.
Os protocolos sanitários foram assinados durante a 84ª Expozebu, principal feira pecuária do país, em Uberaba, que registrou ainda a venda de “meio boi” por R$ 1,26 milhão. O touro Landau, do criatório Di Genio, teve 50% de seu passe comprado pela CRV Lagoa. “Investi no Landau porque quero que ele contribua ainda mais para a pecuária do País. Ele não é nosso. É do Brasil”, afirmou o pecuarista Amândio Salomão.
Desde a abertura da Expozebu, no último dia 28, foram assinados numa inédita rodada de negociações oito protocolos sanitários entre o Brasil e outros países para os quais poderão ser firmadas negociações, quatro com o Quênia, dois com o Equador e outros dois com a Guatemala. Também houve negociações avançadas com países como Colômbia, Nicarágua, Malásia e Tailândia.
“Isso representa a expansão da nossa pecuária, com protocolos de sanidade. Vamos abrir mais fronteiras de exportação de produtos zebuínos”, afirmou Rivaldo Machado Borges Junior, diretor-administrativo da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), que organiza a Expozebu. Os protocolos envolvem os ministérios da Agricultura de cada país.
Os tradicionais leilões da Expozebu bateram recorde neste ano. Já foram negociados R$ 33 milhões e, apesar de a feira ter sido encerrada domingo, haverá leilões até quinta-feira, que devem movimentar mais de R$ 35 milhões, segundo Borges Junior.
Serão, no total, 28 eventos de venda, sendo 24 leilões e 4 shoppings de animais, três a mais do que em 2017. Nos shoppings, a negociação é feita diretamente entre o interessado e o vendedor, diferentemente dos leilões, em que vence o maior lance oferecido.
Os leilões, somados aos shoppings e às demais negociações na feira, deverão movimentar R$ 170 milhões, R$ 20 milhões a mais que no ano passado. Os dados finais ainda não foram divulgados.
Durante a sua 84ª edição, a Expozebu atraiu 241.971 visitantes, 22 mil a mais que em 2017, que visitaram os julgamentos de 1.850 cabeças de gado e os cerca de 600 equinos das raças crioulo, mangalarga, quarto de milha e friesian que participaram da feira.
Os equinos apareceram na feira na edição do ano passado e, com o bom desempenho, o total de animais dobrou para 2018.
“Foi uma boa novidade, percebemos o entusiasmo de quem participou”, disse o diretor.
A ampliação do total de equinos é uma tentativa da ABCZ de ampliar as atividades, assim como a realização da primeira feira de gastronomia e alimentos de Minas Gerais, com 60 pequenos produtores de queijo, café e cachaças.
Genética
A feira ainda bateu recorde no total de visitantes estrangeiros, 513, de 36 países, como México, Colômbia e Bolívia.
Este último, aliás, assinou protocolo de intenções com a ABCZ para a implantação no país do pró-genética, programa criado em 2011 que tem como objetivo permitir a aquisição de gado de corte e leiteiro por pequenos produtores.
O acordo foi fechado na última sexta-feira (4), em reunião da Federação Internacional dos Criadores de Zebu, na cidade mineira.
“A vantagem do programa é que ele evita o êxodo rural. Quando o pequeno produtor consegue inserir na sua propriedade um boi produtor de carne ou leite ele tem retorno rápido”, disse.
Na Expozebu, foi assinado ainda convênio com o governo de Minas Gerais que prevê linha de crédito com juros de 4% ao ano e prazo de cinco anos para o produtor pagar, com um ano de carência.
“O agronegócio está, em sua maioria, nas mãos dos pequenos produtores. Precisamos levar a tecnologia a eles, para que o setor cresça no país todo”, disse o diretor da associação.