As exportações de carne bovina do Brasil em maio devem ficar acima do patamar registrado abril e do mesmo mês do ano passado, mostrando que o impacto da descoberta de um caso atípico da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é praticamente nulo, disse nesta quinta-feira (29) o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli.
O Brasil teve neste ano a segunda descoberta no Brasil de um caso atípico da EEB, conhecida popularmente como doença da vaca louca. O fato ocorreu no Mato Grosso e ocasionou embargos parciais e/ou totais do Peru, Egito e Irã.
Conforme o dirigente, o Brasil deve conseguir reverter praticamente todos os embargos impostos por conta deste caso atípico até o final de junho. "O Peru está vindo ao Brasil no dia 2... Nós já estivemos no Irã. Temos expectativa de superar esta dificuldade no Mato Grosso, porque não tem motivo nenhum para isto... Estou dizendo que é uma situação altamente superável", afirma Camardelli.
O primeiro caso atípico no país foi detectado no final de 2012, no Paraná, e levou a embargos mais relevantes em 2013, que afetaram os embarques de carne bovina do Brasil, que é o maior exportador global. Ainda há países que mantém a restrição. Uma dessas nações é a China, que na avaliação de Camardelli, deve por fim ao bloqueio ainda neste ano. Ele destaca que uma vez que uma equipe chinesa está no Brasil e concluirá visita técnica em áreas produtoras até o final desta semana.
Já com a Arábia Saudita, que também mantém embargo, o tom é mais cauteloso. "Com a Arábia Saudita é diferente. Agora que a gente começa a ter um diálogo mais próximo em relação às demandas e à área cinzenta em relação sobre o que o Brasil precisa para retomar este mercado”, disse.
Questionado se a Abiec vai rever sua previsão de receita recorde no ano, de US$ 8 bilhões, Camardelli disse que "não há motivos para revisar esta previsão".