Os preços da arroba bovina voltaram a subir no mercado brasileiro, aproximando-se do recorde nominal do final de março, em meio à limitada disponibilidade de boi gordo para abate, que tem feito os frigoríficos elevarem as ofertas.

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"Teve uma mudança de cenário, principalmente, desde a semana passada. Foi um salto, com os preços subindo praticamente todos os dias. E os frigoríficos começam o dia ofertando valor maior pela arroba porque não conseguem alongar as escalas", aponta a analista da Scot Consultoria Maisa Modolo.

A escala de abate corresponde ao período em que os frigoríficos contam com animais comprados para manter a operação. Uma escala mais longa significa que a oferta de animais para abate está mais confortável, as mais curtas indicam uma menor disponibilidade do boi gordo. Maisa afirma que as escalas mais longas acabam sendo exceção, atualmente.

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Há cerca de três semanas, a arroba bovina oscilava perto de R$ 119, mas já subiu cerca de 5% somente neste mês, para pouco mais de R$ 125, conforme o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), base São Paulo. No mesmo período do ano passado, a arroba estava em torno de R$ 100.

Os preços da arroba bovina atingiram valor nominal recorde no final de março, de quase R$ 128, por conta da oferta restrita de animais para abate, depois que uma seca atípica afetou pastagens em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul no começo do ano. "É a oferta mais curta que vem balizando o preço da arroba bovina, mais do que o consumo (de carne bovina), que não está expressivo", acrescentou.

O Cepea também ressaltou a alta do boi em seu relatório mais recente. "O impulso das cotações continua vindo da baixa oferta de animais para abate", disse o Cepea.

No Paraná a situação se repete. A arroba do boi gordo fechou o mês de julho com valor médio de R$ 118, mas em algumas praças do estado as cotações já passam de R$ 120/arroba, conforme dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Entressafra

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O momento atual é de entressafra, com os pastos debilitados pela falta de chuvas e parcela expressiva dos animais criados em campo aberto já abatidos. Isso também acabou levando a antecipação do confinamento.

No começo de julho houve um pequeno aumento na oferta do boi de confinamento, que ajudou a manter os preços praticamente estáveis. Na avaliação de Maisa esta oferta não foi abundante e teve impacto limitado.

"Em agosto, o cenário teve pequena invertida. O boi de pasto já estava escasso e os bois de confinamento já tinham entrado em bom volume em julho, então diminuiu esta oferta agora", explica.