Produção pecuária nos Estados Unidos na região do Nebraska: “Há pressão grande de produtores americanos para que haja o embargo à carne brasileira”, diz ministro da Agricultura| Foto: José Rocher/Gazeta do Povo

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lamenta a suspensão de importação da carne in natura brasileira pelos Estados Unidos e informa que o governo já trabalha para tentar reverter a situação. Maggi citou a pressão de pecuaristas norte-americanos que, segundo ele, tentam embargar o produto desde a abertura daquele mercado para a compra da carne fresca brasileira, oficializada há menos de um ano.

CARREGANDO :)

”Assim como comemoramos quando fomos liberados, lamentamos agora que fomos suspensos. Mas há que se entender também que estamos exportando carne para o maior concorrente que temos no mundo e há pressão grande de produtores americanos, desde a época da liberação, para que haja o embargo, que não se permita a chegada de carne brasileira lá”, declarou Maggi. “Concordamos com a posição americana, vamos corrigir, porém temos de lutar”, completou.

O ministro relatou a suspensão parcial anterior de cinco dos 13 frigoríficos habilitados a exportar carne in natura ao mercado norte-americano. Essa suspensão ocorreu, segundo ele, por causa da constatação de abscessos em cortes dianteiros de bovinos.

Publicidade

“Fomos informados há alguns dias da não conformidade de exportações brasileiras de carne aos EUA. Seriam abscessos na carne, reação a componentes da vacina da febre aftosa”, disse. “O Brasil é provavelmente o único país que é livre de aftosa com vacinação que exporta para Estados Unidos.”

Segundo o ministro, esse mesmo problema teria causado a suspensão total, anunciada nesta quinta-feira (22) pelo secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue. “Estamos finalizando uma nova forma de inspeção dessas carnes nos frigoríficos para sermos mais rigorosos e, como é uma suspensão temporária, trabalharemos na semana que vem para finalizar planos já iniciados”, afirmou.

O ministro relatou que vai encaminhar as informações pedidas aos Estados Unidos e, em seguida, pretende visitar aquele país juntamente com uma equipe do Ministério da Agricultura. “Teremos as discussões necessárias para restabelecer esse mercado tão importante”, explicou.

Maggi lembrou que os norte-americanos compram prioritariamente a parte dianteira dos bovinos, região onde a vacina é aplicada e o que teria causado os abscessos. “Vamos abrir uma investigação para saber o tipo de reagente usado e se há resíduos nas carnes. Vamos tentar resolver esse assunto o mais breve possível, já que pecuária brasileira enfrenta grande dificuldade, com preços baixos e os Estados Unidos são um canal importante para a manutenção dos preços aqui”, concluiu.

Publicidade