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Se quiser atender demanda, Brasil terá que criar mais bois confinados

Após queda em 2016, confinamento de bovinos em 2017 tem retomada de crescimento. Avanço deve seguir em 2018. | Arquivo/Gazeta do Povo
Após queda em 2016, confinamento de bovinos em 2017 tem retomada de crescimento. Avanço deve seguir em 2018. (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Mesmo após um ano turbulento para o setor, os pecuaristas do Brasil avançaram em uma particularidade: o confinamento, utilizado na terminação para o abate. O volume de animais confinados cresceu 5,5%, segundo a Associação Nacional da Pecuária Intensiva - Assocon. Inicialmente, a expectativa era de 25%.

“O principal problema foi no mercado do boi gordo, que desvalorizou no primeiro semestre por conta de notícias relacionadas à Operação Carne Fraca, à instabilidade do mercado e pelo fraco consumo interno, impactando a demanda. Isso fez o pecuarista colocar o pé no freio”, explica o gerente executivo da Assocon, Bruno Andrade. Dezenas de países decretaram embargo à carne brasileira, sanções que foram sendo retiradas ao longo dos meses.

De acordo com o levantamento da entidade, realizado com seus associados em 1,4 mil unidades de confinamento nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e Tocantins, o volume de bovinos confinados em 2017 atingiu 3,4 milhões de animais. No ano anterior, eram 3,2 milhões. Estima-se que o total nacional, incluindo dados de não associados, seja entre 4,5 e 5 milhões de animais confinados.

Bruno Andrade explica que, diferente de 2016, quando os custos de produção estavam elevados, 2017 apresentou melhores condições para a engorda animal: “Ainda que o primeiro semestre não tenha sido plenamente satisfatório ao pecuarista, a boa safra de grãos resultou em preços baixos para milho e soja, o que sempre é um indicador importante para segurar os custos”.

Nova meta: confinamento em 2018

Para o ano novo, a Assocon estima crescimento próximo a 12% no confinamento. “Esperamos a recuperação da economia e do consumo interno, além de maiores exportações. Quanto ao custo de produção, esperamos apenas um crescimento normal de preços”, diz Andrade.

A entidade destaca ainda o desafio de ser mais produtivo sem grande avanço no volume de pasto, uma vez que os produtores rurais também utilizam a agricultura e ao alto custo de novas terras, implicando na intensificação do confinamento.

“A produção de carne bovina no Brasil precisa crescer pelo menos 13% para suprir o aumento de 7% da demanda interna e 31% nas exportações até 2026. O nosso rebanho já está em processo de desaceleração do seu crescimento, e isso é um desafio. Significa que, cada vez mais, temos de aprender a produzir mais em menos área”, destaca Alberto Pessina, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional da Pecuária Intensiva - ASSOCON.

O rebanho brasileiro é de aproximadamente 220 milhões de animais. Nos últimos 12 meses, cerca de 30 mil bovinos foram abatidos no Brasil, conforme dados do IBGE. Isso significa que aproximadamente 17% dos bovinos abatidos foram terminados em confinamento.

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